Um torcedor do Flamengo teve a prisão preventiva decretada na noite da última quarta-feira (7), ao beijar e assediar uma repórter do canal ESPN que estava em transmissão ao vivo nos arredores do estádio do Maracanã, na partida do time rubro-negro contra o argentino Vélez na semifinal da Libertadores.
A jornalista Jéssica Dias contou, em depoimento ao Juizado Especial Criminal do Maracanã, que o homem, identificado como Marcelo Benevides Silva, também tentou beijá-la antes do episódio mostrado no vídeo e que o mesmo passou a mão em partes do seu corpo, antes que ela entrasse ao vivo no canal.
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A equipe que acompanhava a jornalista conseguiu segurar Marcelo e chamar agentes da Polícia Militar para a prisão em flagrante. Ele foi levado para a 19ª DP, antes de ser encaminhado para a penitenciária de Benfica, na zona norte do Rio.
Nas redes sociais, a jornalista explicou o que aconteceu:
"Foi só um beijinho no rosto. Não. Não foi. Antes vieram muitos xingamentos e importunação, porque o ao vivo demorava. Pedi calma e para que ele não ficasse xingando, não precisava", disse ela.
Já Thiago José, advogado do acusado, disse em um vídeo gravado para as redes sociais que seu cliente deu um "beijo fraterno". "Naquele momento de interação, ele sentiu o momento dele de participar. Aquele beijo foi um beijo simples, sem dolo, sem intenção, sem maldade. Meu cliente é uma pessoa boa", disse o advogado.
Repercussão
Em nota, a direção do Flamengo afirmou que o episódio é lamentável e repugnante e que "não representa a Nação Rubro-Negra".
"O Clube de Regatas do Flamengo repudia o assédio cometido por um torcedor rubro-negro com a jornalista da ESPN Jéssica Dias durante reportagem antes da partida desta noite. É lamentável que atos repugnantes como este, que não representam a Nação Rubro-Negra, ainda aconteçam", afirmou o clube.
O canal ESPN, em comunicado, afirmou que atitudes como essa são incabíveis "seja em um jogo de futebol ou na casa de qualquer mulher".
"Jéssica, como toda mulher deve fazer, registrou boletim de ocorrência. A ESPN e a Disney repudiam qualquer tipo de agressão contra as mulheres. A empresa vai dar todo apoio a nossa repórter e esperamos que o agressor seja punido com todo o rigor que a lei permite", diz a nota.