O ideólogo da ultradireita Steve Bannon, ex-estrategista-chefe de Donald Trump, se apresentou nesta quinta-feira (08/09) à Justiça de Nova York.
A procuradoria da cidade revelou pouco depois peça de acusação formal contra Bannon, de 68 anos, por lavagem de dinheiro, conspiração e fraude em relação a um suposto esquema de arrecadação de fundos para ajudar a construir um muro ao longo da fronteira entre EUA e México.
Foram seis acusações, uma por fraude, duas por lavagem de dinheiro e três por conspiração, feitas pelo procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, e pela procuradoria-geral de Nova York.
Os procuradores dizem que embora Bannon tenha prometido que todas as doações iriam para a construção do muro, ele esteve envolvido na transferência de centenas de milhares de dólares para entidades terceiras as quais usou para canalizar pagamentos para duas outras pessoas envolvidas no esquema.
O documento não cita essas pessoas pelo nome, mas os detalhes coincidem com os de Brian Kolfage e Andrew Badolato, que alegaram ser culpados de acusações federais em abril.
Perdão de Trump
"É um crime obter lucro mentindo para os doadores, e em Nova York, você será responsabilizado'', disse Alvin Bragg, em comunicado.
Promotores de Manhattan também acusaram a WeBuildTheWall, Inc., a entidade sem fins lucrativos com que Bannon e seus ex-co-réus costumavam solicitar doações.
Bannon chegou a ser preso em agosto de 2020, acusado junto com outros três protagonistas de ter fraudado e desviado parte dos 25 milhões de dólares de doações que recebera para construir o muro.
Ele nunca foi julgado, pois o presidente Trump o perdoou em 19 de janeiro de 2021, um dia antes de deixar a Casa Branca e passar o cargo para o democrata Joe Biden.
No entanto, o indulto "preventivo" se aplica a possíveis crimes federais, mas não a crimes estaduais, pelos quais Bannon está sendo acusado neste caso.