Principal bolsa de valores do Brasil, a B3 de São Paulo (antiga Bovespa) se recuperou nesta segunda-feira de um início em queda e fechou em alta. A recuperação aconteceu depois que Henrique Meirelles anunciou apoio a Lula na corrida presidencial. O dólar também caiu após o anúncio do ex-presidente do Banco Central da gestão Lula e que é um nome próximo ao mercado.
A B3 operava em queda de 0,7% e, após as declarações de Meirelles, as ações subiram para 2,33%, indicando que o mercado financeiro recebeu de forma positiva o apoio. A cotação do dólar, outro termômetro de como o setor reage a movimentações políticas, fechou o dia com baixa de 1,7%, a R$ 5,16.
Ao jornal Valor Econômico, o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno declarou que "a presença de Meirelles foi bem vista pelo mercado porque indica que Lula deve ser pragmático na condução da política econômica em um possível novo governo".
"Isso, por sua vez, ajuda a reduzir a percepção de risco fiscal do país, ajudando o real a se valorizar com força frente ao dólar", finalizou.
Vergonha ou medo?
O termo voto envergonhado ganhou destaque nos últimos dias. O termo se refere a eleitores de determinado candidato que não são captados por pesquisas eleitorais por se recusarem a responder de forma sincera qual será seu voto. Esse fenômeno, que pode causar surpresas na hora da contagem dos votos, pode favorecer Lula nessas eleições.
A tese é do diretor do instituto de pesquisas Quaest, Felipe Nunes, em entrevista ao UOL.
"O que as pesquisas fazem é mostrar um retrato do momento para que os eleitores façam uma escolha informada. Os principais institutos perguntam em quem o eleitor votou em 2018. A gente estudou fenômenos sobre o voto envergonhado, e a gente descobriu que o percentual de pessoas que dizem que conhecem alguém que vai votar em Lula é maior que o percentual de pessoas que admitem que vão votar em Lula", afirmou ele ao portal.
Nunes afirmou não ter encontrado evidência de voto escondido em Jair Bolsonaro (PL). A explicação pode ser o temor de represálias, desde violência física até perder o emprego ou azedar o ambiente social, após anos de forte polarização.
"Há um medo de pressão social muito grande numa falta de explicação sobre por que votariam no Lula, dado todos os escândalos de corrupção, que são os principais argumento dos eleitores de Bolsonaro", completou.
Amigo da onça
O Intercept Brasil divulgou que o ex-deputado e ex-bolsonarista Roberto Jefferson apresentou queixa-crime contra Jair Bolsonaro. A acusação seria de prevaricação, ou seja, omissão no desempenho de sua função oficial por interesses pessoais. Segundo o veículo, a denúncia corre em sigilo e foi feita também contra o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
A denúncia teria sido enviada ao procurador-Geral da República, Augusto Aras.
Edição: Rodrigo Durão Coelho