O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou seu discurso nesta quarta-feira (21) na 77ª Assembleia Geral da ONU para criticar a Rússia pela guerra na Ucrânia e afirmou existirem "sinais perturbadores" sobre o uso de armas nucleares.
"Uma guerra nuclear não pode ser ganha, e não deve nunca ser travada", disse Biden, que acusou a Rússia de fazer "ameaças nucleares irresponsáveis" e disse ter "solidariedade" com a Ucrânia.
Também nesta quarta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou a convocação de 300 mil reservistas para o conflito na Ucrânia e destacou que pode usar armamento nuclear para defender seu país, caso necessário.
"Esta guerra é para extinguir o direito da Ucrânia de existir como um estado", disse Biden. "Vamos falar claramente. Um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas invadiu seu vizinho".
Já Putin, no pronunciamento que fez à nação na manhã desta quarta (21), justificou a mobilização militar convocada por uma oposição Rússia a um "Ocidente coletivo", que "procura dividir o país em pedaços". A ideia, de acordo com Moscou, seria proteger a integridade territorial da Rússia.
Críticas à China
O presidente dos Estados Unidos também fez afirmações sobre a China e disse que Pequim desenvolve um programa nuclear "sem supervisão" e também promove a "competição entre EUA e China".
"Enquanto gerenciamos as mudanças nas tendências geopolíticas, os Estados Unidos se comportarão como um líder razoável. Não buscamos conflito, não buscamos uma Guerra Fria. Não pedimos a nenhuma nação que escolha entre os Estados Unidos ou qualquer outro parceiro. Mas os Estados Unidos serão valentes e promoverão nossa visão de um mundo livre, aberto, seguro e próspero e o que temos a oferecer às comunidades das nações".
Em um comentário sobre a própria ONU, Biden defendeu que os membros permanentes do Conselho de Segurança devem evitar usar o seu poder de veto, "exceto em ocasiões raras e excepcionais". Ele ainda defendeu uma expansão do Conselho de Segurança: "É também por isso que os Estados Unidos apoiam o aumento do número de representantes permanentes e não permanentes do Conselho de Segurança. Isso inclui assentos permanentes para essas nações. Defendemos há muito tempo assentos permanentes para países da África, América Latina e Caribe."
Edição: Arturo Hartmann