Crise

Alemanha já enfrenta recessão, dizem economistas

Especialistas de instituto alemão estimam perda de 5% do PIB em 2022 e em 2023 e não veem luz no fim do túnel

|
Preço do gás natural é um dos elementos da crise - Nikolay Doychinov / AFP

A Alemanha já enfrenta uma recessão, segundo uma avaliação do Instituto Alemão para Pesquisa Econômica (DIW) divulgada nesta quarta-feira (28/09).

"A guerra na Ucrânia provocada pelo presidente russo e suas consequências de longo alcance irão causar perdas no crescimento da Alemanha estimadas em 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 e em 2023", afirmou o economista do DIW Guido Baldi, destacando que o país já está em recessão e não há luz no fim do túnel.

Especialistas do DIW afirmam que o enorme aumento nos preços de energia levou a uma grande perda no poder aquisitivo e ameaça muitas empresas, cujas produções podem deixar de ser rentáveis.

"O aumento do preço para a energia e a insegurança diminuem as vendas reais e as expectativas de negócio", acrescentou a economista Laura Pagenhardt. "Em breve, a questão para algumas empresas será se vale realmente a pena manter a produção."

O DIW apontou que a recessão também atinge prestadores de serviços, após uma breve alta na primavera. O aumento da inflação levou muitas famílias a reduzirem as despesas, o que está afetando os setores de comércio, gastronomia e hotelaria.

"Devido à escassez de mão-de-obra qualificada, no momento, a maioria dos trabalhadores não precisa se preocupar em perder o emprego", avaliou o instituto.

Economistas do DIW alertaram ainda que famílias com rendimentos baixos e médios correm o risco de enfrentar dificuldades financeiras.

Após a pandemia de covid-19 que derrubou economias no mundo inteiro, os países europeus enfrentam os problemas gerados com a invasão da Ucrânia pela Rússia. A Europa, e principalmente a Alemanha, sofre com uma crise energética. Até ano passado, a Rússia fornecia 55% do gás utilizado na Alemanha. O país busca agora alternativas para diminuir a dependência de Moscou e suprir a demanda energética que surgiu depois da guerra.