A TV Globo promoveu o último debate entre os candidatos ao governo do Distrito Federal, na noite desta terça-feira (27). Participaram Keka Bagno (Federação PSOL-Rede), Coronel Moreno (PTB), Ibaneis Rocha (MDB), Izalci (PSDB), Leandro Grass (Federação PV-PT-PCdoB), Leila do Vôlei (PDT) e Paulo Octávio (PSD).
Dividido em seis blocos, com alternância entre momentos de temas livres e assuntos sorteados previamente, além de considerações finais e avaliação, o evento televisivo durou mais de 2h30, começando às 22h30 e terminando por volta das 0h15.
De forma geral, o debate transcorreu relativamente tranquilo, mas houve um momento de maior tensão, quando os dois candidatos mais bem posicionados na pesquisa, o atual governador Ibaneis Rocha e o deputado distrital Leandro Grass - que podem se enfrentar no segundo turno - discutiram de forma mais incisiva sobre o tema da saúde.
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Clima quente
No terceiro bloco, quando os candidatos puderam escolher um tema para perguntar a algum adversário, Grass questionou o atual governador sobre a Operação Falso Negativo, que apontou uma série de irregularidades na gestão da saúde do DF durante a pandemia, e que terminou com a prisão do ex-secretário Francisco de Araújo. Ibaneis respondeu que a operação foi anulada pela Justiça e disse que não teve participação nos casos de corrupção. Em seguida, disse "estar em paz" com a gestão que fez na Saúde do DF e acusou seu adversário de fazer "a campanha mais suja da história do DF".
Ao rebater, Grass ironizou a declaração de Ibaneis, se dirigindo aos eleitores. "Vocês acabaram de ouvir que ele está em paz. Você que está na UPA, está em paz? Você que tem seu pai ou sua mãe num corredor de hospital, está em paz?", afirmou o distrital.
Em seguida, Coronel Moreno tentou rivalizar com Grass ao questioná-lo sobre ideologia de gênero nas escolas, além de criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apoia a candidatura do distrital do PV. Em resposta, Grass disse que o termo ideologia de gênero não consta em nenhum tipo de documento pedagógico e só serve para aterrorizar as famílias de maneira infundada.
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Primeira parte
Os primeiros blocos do debate, que teve momentos de temas livres e outros sorteados pelo apresentador, os candidatos abordaram assuntos como feminicídio, corrupção, transporte público e privatizações.
Questionado sobre violência contra mulher por Keka Bagno, Ibaneis Rocha defendeu as ações do seu governo, e argumentou a favor da tese de que casos de feminicídios, assim com o de suicídios, não deveriam ser noticiados, para não incentivar esse tipo de violência. Keka reagiu dizendo que "comparar suicídio ao feminicídio é uma violência grave contra as mulheres" e também criticou o fato de Ibaneis ser apoiador de Jair Bolsonaro, que tem histórico de atacar verbalmente as mulheres.
Já Paulo Octávio se destacou no primeiro bloco ao prometer transporte público 100% gratuito para a população. Leila do Vôlei falou em expandir o metrô da capital do país.
O tema das privatizações apareceu no segundo bloco, com Leandro Grass fazendo duras críticas à desestatização da CEB, que foi feita durante o governo Ibaneis apesar da promessa de campanha em 2018 de que não faria a concessão. O distrital ainda se colocou contra a privatização de estatais como a Caesb e o Metrô-DF, e foi seguido por Paulo Octávio na mesma posição.
No tema acessibilidade para pessoas com deficiência, o atual governador buscou enfatizar obras do seu governo, como calçadas na avenida Hélio Prates, em Taguatinga, e na via W3 Sul, região central. Já Leila do Vôlei argumentou a favor de políticas públicas para garantir empregabilidade de pessoas com deficiência no mundo do trabalho.
Keka Bagno criticou a falta de acesso a centros culturais e de mobilidade urbana noturna para a população. Já o candidato Izalci Lucas prometeu ações para zerar filas de atendimentos hospitalares e investimento em atenção primária à saúde.
Segunda parte
Na segunda metade do debate, Keka Bagno falou sobre sua proposta para a área de habitação, defendendo um plano de governo voltado para as “pessoas mais empobrecidas que não tenham condições de custear imóveis”. Ela ainda acusou que há no DF a atuação de milícias que atuam na grilagem de terras. Ela ainda criticou os despejos ilegais promovidos pelo Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), sob a gestão Ibaneis.
"Como o governador que mora na casa mais cara do DF vai compreender sobre déficit habitacional?", questionou Keka Bagno.
O candidato Paulo Octávio falou em criar novos bairros, citando a região do Grande Colorado, além da regularização fundiária. Izalci argumentou que é preciso ter "capacidade ee experiência" para fazer uma política de moradia.
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Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino