DEBATE NA GLOBO

D'Avila ignora pergunta sobre cotas raciais para atacar Lula; padre evoca Che Guevara

Candidato do NOVO foge de pergunta, petista defende Lei de Cotas: "Oportunidade de superar o racismo"

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Luiz Felipe Dávila e Lula: apenas o petista entrou no tema das cotas raciais, sorteado por William Bonner - Reprodução/Twitter

O candidato à Presidência da República Luiz Felipe D'Avila (Novo) foi sorteado para perguntar a Lula sobre cotas raciais, no debate da Rede Globo, na noite desta quinta-feira (29), mas preferiu não aderir ao tema e perguntou como o petista pretendia governar o país, caso eleito. Na resposta, no entanto, o petista quis falar sobre a inclusão de negros e indígenas na educação superior. 

"A lei de cotas é o pagamento que o Brasil tem com a população negra, por 350 anos de escravidão. A Lei de Cotas dá oportunidade para que o povo periférico tenha oportunidade de superar o racismo. Você não sabe o orgulho que tenho de ver faxineira, lixeiro ter filho fazendo uma universidade e tendo cidadania", afirmou Lula. Na réplica, D'Avila nem sequer citou o assunto sorteado.

Em seguida, foi a vez de Simone Tebet (MDB) perguntar a Bolsonaro e o tema sorteado pelo jornalista William Bonner era "mudanças climáticas". A senadora acusou o atual o governo de promover o maior desmatamento dos últimos quinze anos no país e favorecer madeireiros e garimpeiros. "O senhor foi o pior presidente da história do país, nesse aspecto."

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Bolsonaro disse que Tebet não "diz a verdade". "Periodicamente, as regiões pegam fogo. Nós temos dois terços das nossas florestas preservadas, somos exemplo para o mundo. No corrente ano, não temos notícias de incêndio. Não é verdade esse dado, nós colocamos a Forças Armadas para apagar os incêndios."

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Padre Kelmon (PTB) perguntou a Ciro Gomes (PDT) sobre educação nas universidades e acusou o pedetistas de ser parte da esquerda. "Vocês estão influenciando nossos jovens a usarem camisetas de Che Guevara, vocês sabem que é Che Guevara?", perguntou o religioso. “A educação que eu sonho prover para o povo brasileiro é que a que já produzimos no Ceará”, respondeu o ex-governador cearense. 

O quarto tema sorteado foi combate ao racismo e Soraya Thronikle perguntou para Kelmon. "Nós temos um presidente da Fundação Palmares que é contra o movimento negro. Como garantir a defesa da população preta, que é nosso maior povo, em meio ao quadro de preconceito institucional."

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O padre lançou mão de um argumento religioso. "Somos todos irmãos, não temos que nos dividir. Brancos, pretos, mulatos, indígenas e negros somos todos iguais. Somente Jesus Cristo de Nazaré nos une. Vocês dividem as pessoas desse país pela cor da pele, precisamos enxergar o outro como um igual a nós."

Sobre o "relacionamento com o Congresso", quinto tema sorteado, Bolsonaro perguntou a D’Avila. "Eu acabei com o toma lá da cá", afirmou o presidente. "É intolerável qualquer tipo de esquema que tenha toma lá da cá. No seu governo também tivemos, olha o orçamento secreto que o senhor vetou, mas depois aprovou, e virou uma moeda de troca."

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O sexta tema sorteado foi "meio ambiente" e coube a Lula perguntar. Ele escolheu Tebet como interlocutora. Os dois trataram das propostas de forma serena. “Eu sou do agro. E o agro põe comida na mesa do Brasil”, declarou a senadora emedebista. Lula relembrou as marcas de preservação ambiental de seu governo.

O último tema foi "emprego" e teve Soraya e Ciro protagonizando o debate. No confronto que fechou o segundo bloco, os candidatos trouxeram suas propostas sobre o tema, mas não dialogaram entre si, sem reação às declarações do oponente.

Edição: Thalita Pires