TRANQUILIDADE

Eleição tem filas para votação e ausência de violência, apesar do temor

Assassinatos e agressões ligadas à disputa política durante campanha eleitoral acenderam alerta antes de votação

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Eleitores reclamaram de longas filas e demora para votação neste domingo - Lorena Carneiro

O período da votação do primeiro turno das eleições de 2022 foi marcado por filas em seções e ausência de casos graves de violência. Apesar do temor de agressões, principalmente por parte de bolsonaristas, não foram registradas ocorrências neste sentido.

Segundo o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Francisco Fonseca, a tranquilidade com que eleitores foram às urnas chegou a surpreender. Ele lembrou que, meses antes do pleito, ocorreram até assassinatos de militantes de esquerda vinculados ao debate eleitoral.

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Fonseca citou que Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu (PR), foi morto a tiros pelo policial bolsonarista Jorge Guaranho em sua festa de aniversário, em julho.

Neste domingo, ele celebrou que nada disso ocorreu. “Tivemos um dia mais tranquilo do que se imaginava”, afirmou. “E imaginávamos violência e agressões por conta do que ocorreu durante o período eleitoral.”

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Segundo Fonseca, o presidente Jair Bolsonaro (PL) insuflou seus apoiadores a atacar adversários políticos como se fossem inimigos. Bolsonaro corre risco de ser derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno, segundo a grande maioria das pesquisas de intenção de voto divulgadas antes da eleição. Isso criou um temor de que seus apoiadores pudessem coagir eleitores de Lula.

Isso não ocorreu. “Foi um dia tranquilo, apesar de Bolsonaro”, disse ele. “Houve uma estratégia de intimidação de eleitores, mas ela não funcionou.”

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Participação leva a filas

Fonseca também celebrou as filas em locais de votação Brasil afora. Isso indica, segundo ele, que eleitores decidiram comparecer às urnas para registrar sua preferência.

“Acho que teve muito gente que foi às urnas para mudar a situação do Brasil hoje. E acho também que muitos bolsonaristas fizeram questão de participar também”, afirmou.

Edição: Lucas Weber