Uma mulher morreu após tumulto em um açougue de Goiânia no último domingo (2). O estabelecimento anunciou uma promoção de picanha por R$ 22 o quilo, em referência ao número de urna do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PL), para consumidores que fossem ao local usando camisa da seleção brasileira. A demanda foi acima do esperado e houve confusão.
Segundo o jornal Correio Braziliense, a mulher, que não teve nome e idade reveladas, ficou prensada entre outras pessoas que tentavam comprar a carne no local. Ela sentiu fortes dores na perna e foi levada para o carro pelo marido. O inchaço e as dores não passaram e a vítima foi levada a um hospital, onde morreu de hemorragia.
O caso foi registrado na Polícia Civil de Goiás, que iniciou investigação. A princípio, o caso foi tratado como morte acidental.
Antes mesmo da confirmação da morte, a promoção realizada pelo açougue tinha sido alvo de denúncia do PT à Justiça Eleitoral, e o frigorífico foi multado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO). A ação promocional foi suspensa.
Segundo o juiz eleitoral Wilton Muller Salomão, "a venda de carne nobre em preço manifestamente inferior ao praticado no mercado, no valor de R$ 22, revela indícios suficientes para caracterizar (...) conduta possivelmente abusiva do poder econômico em detrimento da legitimidade e isonomia do processo eleitoral". O preço original do quilo da carne era de R$ 129,99.
O frigorífico, que já teve o cantor Gusttavo Lima como um dos sócios, demonstra apoio a Bolsonaro desde antes das eleições de 2018. Em meio a notícias que mostraram as filas de pessoas em busca de ossos em açougues e das compras de toneladas de carnes nobres para militares, a empresa manteve o apoio incondicional ao autoproclamado "mito" nos últimos anos.
Edição: Nicolau Soares