Tucanos de São Paulo criticaram o governador Rodrigo Garcia (PSDB) pelo apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno das eleições e disseram que a decisão foi individual.
O posicionamento de Garcia também provocou reações de secretários do governo. Rodrigo Maia anunciou na manhã desta quarta-feira (5) que deixou a Secretaria de Projetos e Ações Estratégicas do governo de São Paulo, conforme informou nas redes sociais.
A secretária de Desenvolvimento Econômico Zeina Latif e a secretária de Desenvolvimento Social Laura Machado também se posicionaram contra o apoio. Em nota, Rodrigo Garcia anunciou na manhã desta quarta a substituição das duas.
Diante do apoio aos bolsonaristas, o deputado federal de São Paulo Alexandre Frota pediu a sua desfiliação do PSDB, nesta terça-feira (4), e declarou apoio ao ex-presidente Lula (PT). "Não posso ficar em um partido que apoia o Bolsonaro e Tarcísio. Vai de encontro a tudo que fizemos até o momento", anunciou Frota.
Na mesma direção, Roberto Freire, presidente do Cidadania, que integra uma federação com o PSDB, disse nesta terça-feira em suas redes sociais que Rodrigo Garcia "não respeitou o PSDB, que não se reuniu e nada decidiu, e já se entregou ao protofascista Bolsonaro”. Freire sugeriu que os tucanos devem convidar Garcia a "sair do PSDB em respeito à sua própria história".
TV pública do governo Zema exibirá Roda Viva com Boulos após parecer do TSE
A TV pública de Minas Gerais irá exibir, nesta quinta-feira (6), às 22h, o programa Roda Viva de segunda-feira que contou com a participação do deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP). A decisão foi tomada depois de um parecer favorável à exibição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na segunda-feira (30), a Rede Minas não exibiu o programa sem explicar as razões da decisão. Em nota, a TV Cultura afirmou que se tratou de uma decisão exclusiva da Rede Minas, com a qual tem parceria. "A direção da Cultura entrou em contato com a emissora, que não soube justificar o motivo da não exibição da entrevista com o deputado federal eleito por São Paulo."
Já a emissora de Minas informou, também por meio de nota, que deixou de exibir o programa por ter "assumido o compromisso de se manter isenta nas eleições de 2022". Como Boulos faz parte da coordenação de campanha do ex-presidente Lula (PT), o programa não foi exibido. "A Rede Minas reitera que manterá a isenção até a eleição, no dia 30 de outubro de 2022", disse a emissora em nota antes do parecer do TSE.
Cármen Lúcia aponta possibilidade real de crime de Bolsonaro com pastores no MEC
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia informou à Polícia Federal (PF) que as provas colhidas no processo que investiga o suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação indicam a "possibilidade real e concreta" de envolvimento do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em um áudio de uma conversa telefônica supostamente entre o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e sua filha, o aliado de Bolsonaro afirma que o presidente telefonou e afirmou que existia a possibilidade de cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão na casa do ex-ministro.
Ribeiro diz para a filha que "isso pode acontecer, se houver indícios" e que Bolsonaro estava com um pressentimento de que queriam atingi-lo por meio do ex-ministro. No final, a filha alerta que ligou para o pai no "celular normal". O ex-ministro, então, desconversa e encerra a ligação.
"Considerando os dados processuais descritos e em face dos elementos indiciários de prova constantes dos autos, que indicam a possibilidade de envolvimento do presidente da República nos fatos em apuração, com a adoção de práticas que, se comprovadas, configuram infração penal, determino a continuidade das investigações neste STF, ao menos até que a eventual participação ou não do Presidente da República seja apurada", escreveu Cármen Lúcia do despacho enviado à PF.
TSE determina remoção de posts que associam Lula à perseguição de cristãos
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Paulo de Tarso Sanseverino determinou a remoção de 31 publicações das redes sociais que associam o ex-presidente Lula (PT) à perseguição de cristãos na Nicarágua.
A coligação de Lula argumentou ao TSE que os conteúdos são "manifestamente inverídicos" e "buscam associar que o candidato Lula apoiaria veementemente um regime autoritário [de Daniel Ortega] e que persegue cristãos".
Na mesma linha, o ministro escreveu que as publicações têm "informação manifestamente inverídicas" e foram "divulgadas no período crítico do processo eleitoral, em perfil com alto número de seguidores, de forma a gerar elevado número de visualizações".
"O que possibilita, em tese, a ocorrência de repercussão negativa de difícil reparação na imagem do partido político e do candidato atingidos pela desinformação", escreveu o ministro.
Edição: Nicolau Soares