O Rio de Janeiro se confirma mais uma vez como o estado brasileiro com maior letalidade nas ações envolvendo as polícias. No conjunto de sete estados analisados pelo novo relatório da Rede de Observatórios da Segurança Pública, os eventos ligados às polícias representam 55% do estudo, mas no Rio de Janeiro, ultrapassam a marca, chegando a 67%.
O estudo, divulgado nesta quinta-feira (6), ainda aponta que o estado se destaca ainda pela violência policial, sendo o estado em que a polícia mais mata e mais morre.
“A Rede de Observatórios busca suprir a ausência ou omissão do Estado em produzir e divulgar amplamente dados confiáveis e de qualidade para que políticas públicas sejam avaliadas. E comprova que sob qualquer parâmetro estatístico, é a população negra a que mais morre no Brasil de hoje. A segurança pública continua desafiando os novos governantes”, diz trecho do relatório.
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Segundo o estudo, se forem somadas todas as mortes registradas nos cinco estados do Nordeste que compõem a Rede mais o estado de São Paulo, totalizam 281 mortos em 12 meses. No Rio, esse número totalizou 306 mortes.
Pelo terceiro ano consecutivo, o estudo analisou 16 indicadores de violência na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, entre agosto de 2021 e julho de 2022. O período resultou em 21.563 eventos violentos analisados nesses locais, destaca um componente racial nas ações violentas e foi batizado de "Máquina de moer gente preta: a responsabilidade da branquitude".
De acordo com o que indica o relatório, o estado do Rio de Janeiro precisa de uma mudança de rumos na segurança pública o quanto antes.
“Repetir os velhos erros e investir em ações policiais violentas, com violações dos direitos humanos, sem inteligência ou investigação nos trouxe até aqui. Temos registrado recordes de mortes promovidas por policiais e, ao mesmo tempo, visto o crime se expandir e diversificar sua atuação, mantendo parcelas expressivas da população sob o controle violento e a exploração financeira”, diz parte da conclusão do estudo.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Mariana Pitasse