Agroecologia

Após tornar Florianópolis zona livre de agrotóxicos, deputado eleito promete levar tema para SC

Marcos José de Abreu (Psol) pretende ampliar o debate com foco em territórios tradicionais indígenas e quilombolas

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Marquito é engenheiro agrônomo e foi eleito deputado estadual com mais de 40 mil votos - Divulgação/ Mandato Marcos José de Abreu

O debate sobre a produção de base agroecológica deve se fortalecer nos âmbitos estaduais e federais a partir do ano que vem, com a eleição de parlamentares comprometidos com a pauta. Segundo a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), 153 candidaturas que apoiam a causa foram eleitas no pleito do último domingo (2). 

Uma delas é o vereador de Florianópolis (SC) Marcos José de Abreu (Psol). Mais conhecido como Marquito, a partir do ano que vem, ele passa a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). 

Engenheiro agrônomo e militante antigo do movimento agroecológico, Marquito é autor de legislações relevantes sobre o tema. Entre elas está a lei que transformou a capital catarinense na primeira cidade do Brasil livre de agrotóxicos. Agora, a intenção é fortalecer o debate sobre a ampliação da proposta para outras regiões do estado. 

“Eu não vou dizer que a gente vai apresentar uma lei da zona livre de agrotóxicos, até porque já tramita uma lei na Assembleia Legislativa que é do programa de redução do uso de agrotóxicos. Acho que é uma medida importante. Mas eu já tenho aberto diálogo sobre a necessidade de alguns territórios”, afirma o deputado eleito em entrevista ao programa Bem Viver desta sexta-feira (07).

Entre as regiões, Marquito cita o entorno de áreas de territórios tradicionais, indígenas e quilombolas. O parlamentar destaca, também, a necessidade de olhar para a agroecologia de forma sistêmica, como uma “visão de mundo” que não se restringe a uma técnica agrícola.

“Eu acredito muito nessa perspectiva, e é justamente o que a agroecologia traz, que é mais do que uma técnica agrícola. É uma visão de mundo, é uma visão sistêmica sobre o mundo. Então, a gente quer levar esse mandato agroecológico - e vamos agora levar porque a gente foi eleito -  para a Assembleia Legislativa”, aponta Marquito.

O parlamentar também diz que está ciente das barreiras que terá pela frente para colocar a pauta agroecológica em debate, sendo essa uma bandeira da minoria na Casa. 

“Isso pode inclusive atrapalhar na tentativa da agenda propositiva. Mas estamos preparados para nos organizarmos com qualidade e posicionamento para fazer o debate profundo sobre vários pontos, especialmente a questão da agroecologia, da segurança alimentar nutricional, dos direitos humanos, da reciclagem, da cadeia produtiva”, pontua. 

Saúde aberta 

Na contramão da ampliação do acesso à saúde pública, o Ministério da Saúde tem estudado a implementação de sistemas complementares, ligados ao mercado privado. Um deles é o chamado open health - saúde aberta na tradução para o português. 

Trata- se de um modelo que prevê o compartilhamento de dados da população, com vistas para a ampliação da concorrência no mercado de planos de saúde. 

A medida é criticada por entidades como a Fiocruz e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva. 

Gripe do tomate 

A edição do Bem Viver desta sexta-feira também explica o que é a gripe do tomate. Identificada em estados da Índia, a doença acomete principalmente crianças. 

Febre, dores no corpo e lesões na pele estão entre os sintomas mais comuns associados à enfermidade. Devido às características das bolhas que se formam no corpo, redondas e avermelhadas, a doença recebeu o nome de gripe do tomate, denominação que não tem nada a ver com o alimento. 

No Brasil não há casos registrados da infecção. 


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Edição: Geisa Marques