Ronda Política

Homem é preso e escuta “vai gritar Lula lá na África”, general faz campanha a Bolsonaro, e mais

Policial militar que prendeu homem negro em Goiás foi afastado das atividades operacionais até o fim da apuração

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Caso ocorreu em Novo Gama, em Goiás, no domingo das eleições - Reprodução/Twitter/André Caramante

Um vídeo que viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (6) mostra um homem negro sendo agredido e preso na cidade de Novo Gama, em Goiás, sob a palavras de um policial "vai gritar Lula lá na África, agora!". O caso ocorreu no domingo (2), quando foi realizado o primeiro turno das eleições. 

O Ministério Público de Goiás pediu esclarecimentos à Polícia Militar, que, por sua vez, determinou a abertura de uma investigação e afastou o policial envolvido das atividades até o fim da apuração. Segundo a Prefeitura, a prisão foi realizada depois que os agentes de segurança receberam a denúncia de que cidadãos estavam praticando boca de urna no local. 

Kátia Maria, presidente do PT em Goiás, denunciou o caso nas redes sociais.  "As imagens mostram cenas de racismo e violência política juntas. Ambas configuram crime e foram cometidas pelo Estado, o que é mais grave ainda. Não vamos permitir intimidação, perseguição política e policial aos apoiadores do Lula em Goiás (...) Exigimos do governador Ronaldo Caiado a apuração imediata do caso, a punição dos culpados e a orientação da corporação para que novos casos como esses não se repitam em Goiás." 

General afirma que faz campanha para Bolsonaro e questiona presentes em cerimônia oficial 

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o general Luiz Eduardo Ramos, deu tom eleitoral a uma cerimônia na Imprensa Nacional, dirigida por militares e presidida pelo coronel Heldo de Souza, nesta quarta-feira (5).  

Na ocasião, o militar pediu que as 150 pessoas que ocupavam o lugar se posicionassem sobre aborto, legalização de drogas e “ideologia de gênero”, segundo apuração do Metrópoles. 


O ministro Luiz Eduardo Ramos e o presidente Jair Bolsonaro / Antonio Cruz/Ag. Brasil

“Alguém aqui é favorável ao aborto? Por favor, levante o braço. Alguém é favorável a ver uma mãe chorando, como eu tive um amigo meu que perdeu um filho e toda vez ia na favela pegar ele drogado, é favorável à liberação de drogas? Essa juventude pura começar a usar cocaína, crack, e acabar com a vida dele e dos familiares? Se for favorável, levante o braço. E favorável à ideologia de gênero?”, cobrou o ministro. 

“Não… Sem ameaça, pode levantar [a mão], tranquilo. O coronel Heldo não vai demitir, não, e os alunos, não tem perigo nenhum”, disse. 

Na sequência, o general disse que vai à feira todo sábado propagando a campanha de Bolsonaro. “Eu faço feira sábado, eu gosto, vou com gorro do Bolsonaro, camiseta”. Em seguida, Ramos tentou suavizar o tom: “O voto dos senhores, deve ter aluno que vote, é secreto. Só peço aos senhores que reflitam qual é o Brasil que a gente quer”. 

PSDB e Cidadania iniciam conversas para se fundir 

Os partidos PSDB e Cidadania estudam uma fusão que deve ocorrer até o fim do ano, segundo o jornal Folha de S. Paulo.  

As siglas, que já estão juntas em uma federação, formariam um corpo de 18 deputados, sendo 13 do PSDB e cinco do Cidadania, na legislatura que se inicia em 2023. Hoje, ambas possuem 29 parlamentares, o que representará um encolhimento no ano seguinte. 


Roberto Freire, presidente do Cidadania, disse que vai trabalhar efetivamente pela eleição de Lula / Reprodução / Redes Sociais

A notícia vem pouco depois de o presidente do Cidadania, Roberto Freire, ter sugerido a expulsão do governador de São Paulo Rodrigo Garcia do PSDB por ter declarado apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Jair Bolsonaro (PL). Segundo Freire, Garcia "não respeitou o PSDB, que não se reuniu e nada decidiu, e já se entregou ao protofascista Bolsonaro”. 

Edição: Rodrigo Chagas