Em Maceió

Lula propõe organizar trabalhadores e empresários do agronegócio: "Dobrar a produção’"

“Vai ter muita mulher no ministério, vou recriar o Ministério da Igualdade Racial e ter ministro indígena neste país”

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Maceió nesta quinta-feira durante comício de Lula - Ricardo Stuckert

 Em ato de campanha na capital de Alagoas, Maceió, na tarde de hoje (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs organizar trabalhadores e empresários do agronegócio por um projeto comum. “Temos 30 milhões de hectares de pastos degradados. Ao invés de derrubar árvore, precisamos recuperar a terra e dobrar a produção de hoje”, disse.

O candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República voltou a se comprometer, se eleito, a promover a diversidade no comando de seus ministérios. “No meu governo vai ter muita mulher no ministério. E vou recriar o Ministério da Igualdade Racial para continuar lutando contra o preconceito estrutural. Vamos criar o Ministério dos Povos Originários. Vai ter ministro indígena neste país”, garantiu.

“Acabou a ocupação de terra indígena pra fazer garimpo ilegal”, disse Lula, acompanhado de nomes como o senador Renan Calheiros (MDB), o senador recém-eleito Renan Filho (MDB) e o candidato à reeleição ao governo alagoano, Paulo Dantas (MDB).

“Quem tem a confiança do povo, fala firme; quem não tem a confiança majoritária do povo, fala pelas tramas, pelas trapaças e pela enganação”, disse o senador. Ele foi relator da CPI da Covid, que resultou em várias denúncias contra o governo de Jair Bolsonaro e aliados.

“O segundo turno é longo e a gente precisa continuar trabalhando. Essa gente que está aí é capaz de qualquer coisa pra impedir que o povo eleja os seus governantes. Lula vai reconstruir o Brasil instituição por instituição”, pediu Renan.

Briga com Lira e Bolsonaro

A presença de Lula em Maceió ocorre após candidato à reeleição ao governo estadual, aliado de Calheiros, ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada na terça-feira (11). Paulo Dantas foi afastado do cargo por uma decisão individual da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Laurita Vaz.

A decisão não o impede de disputar a campanha eleitoral do segundo turno, contra o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), apoiado por Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Nesta quinta, a Corte Especial do STJ manteve o afastamento do governador de Alagoas por 10 votos a 2.

Renan acusa a ministra do STJ de tentar dar um golpe eleitoral. O senador afirma que a magistrada é bolsonarista e não tinha competência legal para decidir afastar Dantas. “O Arthur Lira já vinha anunciando que essa operação ia acontecer, inclusive em suas redes sociais. É um caso de aparelhamento anunciado. A PF aqui atua como a Gestapo, a polícia secreta oficial da Alemanha nazista”, disse Renan na terça-feira (11).

Pela manhã, Lula participou de caminhada em Aracaju. Nesta sexta (14) estará em Pernambuco.