Estudantes de institutos e universidades públicas marcharam pelas ruas de Brasília, na manhã desta terça-feira (18), em ato nacional organizado por entidades estudantis em todo o Brasil contra a política de cortes orçamentários na educação. A mobilização unificada foi convocada pela União Nacional dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União Nacional dos Estudantes (UNE), que representa os universitários, e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), além do apoio de sindicatos de trabalhadores do setor.
Ato reuniu mais de 200 pessoas e terminou na sede do MEC / André Ribeiro
Os estudantes se uniram contra Bolsonaro após sucessivos cortes orçamentários no Ministério da Educação (MEC) e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). No início do mês, o governo anunciou cortes no MEC da ordem de R$ 2,4 bilhões, com impactos diretos sobre os cofres da rede, capazes de inviabilizar o funcionamento de universidades e institutos. Houve forte repercussão negativa e o governo acabou recuando da medida, em meio à corrida eleitoral. O recuo foi uma forma de tentar desmobilizar os estudantes.
Cíntia Isla: "A gente só vai conseguir mudar essa situação quando tivermos um governo que tenha compromisso com a educação e os estudantes" / André Ribeiro
"A gente havia convocado esse ato nacionalmente para ir às ruas e assegurar que não houvesse confisco do orçamento. O governo recuou na medida de bloqueio no meio do caminho, mas esse ato nacional foi mantido como forma de garantir que esse recurso seja, de fato, mantido à disposição das instituições. Desde 2019, observamos sucessivos cortes", explicou Bruna Pilati, 22 anos, estudante de Direito e vice-presidente regional da UNE no DF.
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Na capital federal, o ato começou sob o viaduto da Galeria dos Estados, reunindo cerca de 200 pessoas. Em seguida, os estudantes marcharam em direção à Esplanada dos Ministérios e o ato foi encerrado na sede do MEC, por volta das 12h. A manifestação foi pacífica e não registrou incidentes. Em cerca de 100 cidades estão previstas manifestações semelhantes ao longo do dia.
"A gente só vai conseguir mudar essa situação com um novo governo que tenha compromisso com a educação e os estudantes", aponta Cíntia Isla, estudante de pós-graduação e integrante do Levante Popular da Juventude.
No governo de Jair Bolsonaro, o orçamento da educação superior foi reduzido em 12% na comparação dos últimos quatro anos. Isso em termos nominais, sem contar a inflação. Até antes desse novo corte, as universidades federais teriam R$ 5,33 bilhões disponíveis para investimentos, manutenção e bolsas estudantis este ano, contra R$ 6,06 bilhões aprovados em 2019, primeiro ano do atual governo. Segundo a UNE, quando se compara o orçamento atual com o ano de 2010, a redução é de 37%.
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