O bolsonarismo segue tentando negar as relações com o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) depois do episódio em que ele atirou e jogou granadas contra agentes da Polícia Federal (PF). O candidato de Jair Bolsonaro (PL) ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi mais um que mudou o discurso sobre o aliado nesta segunda-feira.
Em junho, em evento de pré-campanha que garantiu o apoio do partido de Jefferson à candidatura de Tarcísio, o ex-deputado não estava presente em carne e osso, já que cumpria prisão domiciliar. Porém, foi representado por uma foto impressa em tamanho rea em uma base de papelão. A situação constrangedora não incomodou o então pré-candidato, que fez questão de citá-lo.
"Quero cumprimentar o doutor Kassyo [Ramos], presidente nacional do PTB, e, na sua pessoa, Kassyo, mandar um abraço carinhoso ao 'doutor' Roberto Jefferson, que desde o primeiro momento esteve com o nosso presidente Jair Bolsonaro. Levem meu abraço e minha consideração para o nosso deputado Roberto Jefferson", disse Tarcísio.
Mas após os episódios dos últimos dias, Tarcísio quer fazer parecer que a situação mudou. Em entrevista a veículos do grupo Bandeirantes nesta segunda-feira (24), o ex-ministro da Infraestrutura fez coro às últimas declarações de Bolsonaro e, agora, diz que o aliado é um "bandido".
"Repudio a agressão do Roberto Jefferson à ministra Cármen Lúcia, o tratamento que tem que ser dado é o que foi dado, o tratamento de bandido", afirmou. Antes de atirar e arremessar granadas contra policiais, o ex-deputado fez duras ofensas à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) citada por Tarcísio.
O alinhamento do candidato ao governo paulista ao discurso do presidente também se fez notar em outro trecho da entrevista desta segunda, quando Tarcísio citou, de maneira vaga, conceitos como "liberdade" e "censura".
"Lamento muito o que aconteceu ontem, repudio toda violência, entendo que isso não faz parte do debate democrático. Vejo com preocupação alguns acontecimentos que estão tomando conta do país nos últimos dias. Vejo com muita preocupação a falta de liberdade de expressão, a censura", complementou.
Edição: Rodrigo Durão Coelho