A poucos dias das eleições presidenciais, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao Brasil e disse que reza para que o país se livre da intolerância e da violência.
Durante a audiência geral desta quarta-feira (26), na Praça São Pedro, ele saudou os peregrinos de língua portuguesa, em especial fiéis brasileiros de Salvador, Anicuns, Taubaté e São Paulo.
"Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja e cuide do povo brasileiro, que o livre do ódio, da intolerância e da violência", afirmou a autoridade religiosa.
Nossa Senhora Aparecida proteja o #Brasil e o liberte do ódio, da intolerância e da violência!
— Vatican News (@vaticannews_pt) October 26, 2022
Na #AudiênciaGeral de hoje, na saudação aos lusófonos, #PapaFrancisco recordou a beatificação de Benigna Cardoso da Silva em cerimônia presidida pelo cardeal Leonardo Steiner ⤵️ pic.twitter.com/mZBQYT1eLm
O Papa Francisco não citou o processo eleitoral diretamente, mas a mensagem foi vista como uma referência aos casos de violência que vêm se multiplicando no país ao longo da campanha eleitoral. A menção à padroeira do Brasil acontece semanas depois das imagens de confusão que foram flagradas no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida (SP), em 12 de outubro.
Apoiadores do candidato Jair Bolsonaro (PL) protagonizaram cenas de violência e desrespeito durante as celebrações em homenagem à santa, que reúnem milhares de pessoas anualmente.
Jornalistas e fiéis foram agredidos. Uma das missas foi interrompida por gritos de apoio a Bolsonaro. O arcebispo da Arquidiocese, Dom Orlando Brandes, chegou a ser vaiado ao falar que o Brasil precisa combater a fome para alcançar paz e prosperidade.
O caso gerou repercussões na alta cúpula da Igreja Católica e levou a manifestações de líderes de outras religiões, que condenaram as atitudes dos apoiadores do candidato em uma das celebrações cristãs mais importantes do país.
Um dia antes, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil havia publicado uma carta pública criticando "a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno."
Edição: Thalita Pires