Aposentados e pensionistas, com reforço de sindicalistas das centrais, fizeram passeata na manhã desta sexta-feira (28) na região central de São Paulo. Era um protesto contra um possível plano do governo Bolsonaro de, reeleito, “congelar” aposentadorias e benefícios, além do próprio salário mínimo. Eles defendem a volta da política de valorização do piso nacional e reajustes acima da inflação.
“O salário mínimo já não é capaz de comprar uma cesta básica e não tem aumento real há quatro anos”, afirmou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. “O povo precisa de salário mínimo digno e reajuste para os aposentados”, reforçou o presidente do Sindnapi (sindicato do setor ligado à central), João Batista Inocentini. A passeata saiu da Rua Galvão Bueno, no bairro da Liberdade, sede do Sindicato dos Metalúrgicos. E foi até a rua do Carmo, perto da praça da Sé, onde fica a entidade de aposentados e pensionistas.
O Sindnapi refere-se ao possível não reajuste do piso como “medida insensata” e aponta impacto negativo da medida. Assim, segundo a entidade, 56 milhões de pessoas têm rendimentos atrelados ao salário mínimo, entre aposentados e pensionistas (24,1 milhões), empregados no setor privado (19,5 milhões) e trabalhadores por conta própria (12,3 milhões). Faixas chamavam a atenção para a proposta de congelamento. Uma delas dizia: “Se o Bolsonaro ganhar, sua aposentadoria vai baixar”.
O Sinnsp, que representa servidores da Previdência no estado de São Paulo, divulgou nota para contestar afirmação do presidente da República de que o governo investiu no INSS. “A verdade é que Bolsonaro não investiu nem em estrutura, tampouco nos servidores, o que ele fez foi sucatear e destruir o INSS assim como outros órgãos do governo federal”, afirma a entidade. Segundo sindicalistas, o governo passou a usar robôs para analisar pedidos de benefícios, que vêm sendo negados.