Um vídeo publicado por Charles Cristiano Inácio da Silva (Cidadania), prefeito de Cuité (PB), mostra policiais rodoviários federais realizando operação na entrada da cidade, em plena eleição. A publicação resultou na intimação do Silvinei Vasques, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
O diretor foi convocado a dar explicações sobre as operações realizadas pela corporação no segundo turno das eleições. Uma determinação do TSE já havia sido expedida no sábado (29) impedindo estas ações, no entanto, prefeitos e eleitores de várias cidades do Nordeste têm relatado ações semelhantes. A determinação fixou uma multa de R$ 150 mil por hora de descumprimento.
"De ordem, oficie-se, com urgência, o Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal para informar IMEDIATAMENTE sobre as razões pelas quais realizadas operações policiais, relacionada ao transporte público de eleitores", em trecho, a decisão.
O diretor Silvinei pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais, no story do Instagram, na noite deste sábado (29). "Vote 22, Bolsonaro presidente" com uma foto da bandeira do Brasil. A postagem foi apagada no início da tarde deste domingo (30).
"O povo da zona rural está intimidado e não está vindo votar. Muitas pessoas não vieram votar por medo de ter que passar pela blitz montada pela PRF na principal entrada da cidade. Estão na entrada da cidade com uma viatura e um reboque, fazendo ainda testes de bafômetro. Nós sabemos que muita gente do interior não tem a documentação completa do veículo, e por isso não vem votar por medo de ser parado na blitz", afirmou o prefeito Charles Cristiano.
Mais denúncias
O professor de geografia da rede estadual, Higor Lins, também de Cuité, relatou abuso de autoridade por parte da PRF contra o seu pai, Helder. Segundo ele, seu pai foi abordado de forma irregular para fazer teste de bafômetro. O policial que o abordou percebeu um adesivo do candidato Luiz Inácio Lula da Silva no vidro traseiro do veículo, e em seguida, se dirigiu ao pai de Higor para realizar o teste com o equipamento incompleto.
"Eles pediram os documentos normalmente de todo mundo, mas não estavam fazendo bafômetro. Só que, quando ele arrodeou o carro do meu pai e viu o adesivo de Lula, ele exigiu que meu pai fizesse o bafômetro, mas sem colocar o bocalzinho de assoprar. Daí, o meu pai soprou no bafômetro, e tinha acabado de escovar os dentes, e deu que tinha um teor. Aí perguntou se ele tinha bebido, meu pai disse que não, e de fato meu pai não tinha bebido. Ele então pediu para esperar uns minutos, e nesse período, chegou um juiz, e o policial pediu para o meu pai refazer o teste, só que, dessa vez, colocou o bocalzinho e deu zerado", relata o professor. "Eles estão perseguindo, eles estão assediando, estão fazendo de tudo para prejudicar, mas aqui em Cuité, eles já foram embora", complementa.
Amanda Figueiredo, estudante de Direito, viajava com o namorado às 8h da manhã em direção a Patos. "Vimos muitos carros da Polícia Rodoviária Federal na estrada. Nós vimos um cão farejador entrando numa van. Vimos a PRF, principalmente, parados na entrada das cidades de São Mamede, Juazeirinho e Santa Luzia", relata ela que observou que os carros de passeio não estavam sendo revistados, porque o foco eram ônibus e vans.
Para mais denúncias, entre em contato com o Brasil de Fato PB (83) 98803-6851
Fonte: BdF Paraíba
Edição: Maria Franco