A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou na tarde deste domingo (30), pouco antes do início da apuração dos votos da eleição presidencial, que o partido vai aguardar os resultados para medir o impacto e tomar novas atitudes contra os bloqueios promovidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas estradas.
Eleitores e líderes políticos de diferentes localidades afirmam que agentes da PRF bloquearam a circulação de ônibus com eleitores neste domingo de segundo turno, especialmente na região Nordeste.
"É muito difícil mensurar o impacto da votação. Espero que o tribunal tenha a sensibilidade de atender nosso pedido para estender o horário nos locais que foram impactados pela PRF. Nós temos notícias de policiais tirando bandeira e adesivo do Lula dos carros", declarou.
Gleisi disse ainda que as operações são inéditas: "Deixo aqui registrada a gravidade do uso absurdo da máquina pública e do dinheiro público. Fecharam as eleições com um crime. O que aconteceu hoje, não aconteceu em nenhuma outra eleição do período democrático desse país".
:: Crescem denúncias de que a Polícia Rodoviária está bloqueando passagem de ônibus no Nordeste ::
O PT pediu, neste domingo (30), a prisão do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Marques, por descumprir decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e determinar abordagens em transportes públicos, dificultando o deslocamento de eleitores.
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que as operações realizadas pela PRF não impactaram no direito ao voto de qualquer eleitor.
Moraes, que se reuniu à tarde com o diretor-geral da PRF, Silvinei Marques, afirmou que o TSE não recebeu qualquer notificação de que eleitores tenham deixado de chegar aos locais de votação. Durante todo o dia, foram várias denúncias de que a Polícia Rodoviária estava realizando operações que atrapalhariam o deslocamento de eleitores, especialmente no Nordeste.
"As operações realizadas foram, segundo o diretor da PRF, realizadas com base no Código de Trânsito Brasileiro. Ônibus com pneu careca, com farol quebrado, veículos nessas condições eram abordados e foram feitas autuações. Isso, em alguns casos, retardou a chegada dos eleitores até a seção. Mas em nenhum caso impediu", disse Moraes em entrevista coletiva nesta tarde.
O ministro reforçou, porém, que os episódios serão analisados caso a caso. Muitas das denúncias vieram de eleitores e lideranças políticas de cidades nordestinas, onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conquistou ampla maioria dos votos no primeiro turno e, segundo as pesquisas, deve ter larga vitória também na segunda rodada de votação.
Edição: Thalita Pires
