O PT terminou a eleição de 2022 com quatro governadores, igualando o desemprenho nas eleições de 2006, 2010 e 2014. Além dos três eleitos no primeiro turno - Fátima Bezerra (RN), Elmano de Freitas (CE) e Rafael Fonteles (PI) -, Jerônimo Rodrigues (BA) venceu o pleito no segundo turno.
Aliado nacional do PT, o PSB terminou a eleição com três governadores. Além de Carlos Brandão (MA), eleito no primeiro turno, João Azêvedo (PB) e Renato Casagrande (ES) tiveram vitórias tranquilas no segundo turno, neste domingo (30).
Nomes próximos de Lula ainda obtiveram uma vitória no segundo turno em Alagoas, onde o lulista Paulo Dantas (MDB) venceu a disputa.
No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) recebeu apoio do PT e outros partidos de esquerda para vencer o segundo turno contra o bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL).
Veio do Mato Grosso do Sul a mais dura derrota do bolsonarismo no segundo turno. Aliado de primeira ordem do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado, o candidato Capitão Contar (PRTB) sofreu um duro revés. Com 99,87% das urnas apuradas, Eduardo Riedel (PSDB) foi eleito governador.
O PL, partido de Jair Bolsonaro, elegeu apenas Cláudio Castro (RJ) no primeiro turno. No segundo, somente Jorginho Mello (SC) venceu com a vitória mais confortável entre os que disputam a segunda rodada.
Ao todo, doze estados tiveram o segundo turno: Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Confira o resultado do segundo turno para governadores estaduais:
AL
Com 96,88% das urnas apuradas, o candidato Paulo Dantas (MDB) foi eleito na disputa pelo governo de Alagoas com apoio de Lula, com 52,38% dos votos válidos. Em seguida, Rodrigo Cunha (União) aparece com 47,62%. Atual governador do estado, Dantas foi eleito de forma indireta em maio.
Ele é formado em administração de empresas. Deputado estadual, renunciou ao cargo para assumir o mandato-tampão como governador de Alagoas, após renúncia de Renan Filho (MDB). Também já foi prefeito de Batalha (AL), por dois mandatos consecutivos. Ronaldo Lessa (PDT), atual vice-prefeito de Maceió, será seu vice no governo.
A decisão em Alagoas pode ir para além do segundo turno. Isso porque, Dantas foi afastado do cargo de governador no dia 11 de outubro, pela ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O candidato do MDB é alvo de investigação por peculato e lavagem de dinheiro.
Porém, na última segunda-feira (24), o Supremo Tribunal Federal (STF) devolveu o cargo a Dantas, alegando que o STJ não tem competência para analisar o caso. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia autorizado, mesmo com a eventual cassação do mandato, que o emedebista seguisse candidato.
AM
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), foi reeleito para mais quatro anos no cargo. Com 92,98% das urnas apuradas, o candidato foi declarado reeleito quando o percentual de seções totalizadas chegava a 92,98%.
Apoiado por Bolsonaro, Lima disputava o segundo turno das eleições com senador Eduardo Braga (MDB), que acabou derrotado. Governador desde 2019, Wilson Lima é jornalista e apresentava, em uma TV local, o programa Alô Amazonas, onde ganhou notoriedade. Foi eleito para o Palácio Rio Negro em 2018, pelo PSC, mas deixou a legenda em março deste ano para se filiar ao União Brasil.
Na última quinta-feira (27), o jornal O Globo revelou que Wilson Lima é investigado pela Polícia Federal por usar R$ 574 mil para reformar sua casa, durante a pandemia. A revelação abalou a campanha de Lima, que decidiu faltar ao debate da TV Globo, na noite do dia 27, para o governo do Amazonas. Seu adversário, Braga, foi entrevistado sozinho pela emissora.
BA
Jerônimo Rodrigues (PT) foi eleito governador da Bahia no segundo turno das eleições. O petista, que é o primeiro candidato autodeclarado indígena a conquistar o cargo no país, derrotou ACM Neto (União Brasil), político que representa a oligarquia carlista na região.
Jerônimo assume em 2023 consolidando a preferência do povo baiano pelas gestões do Partido dos Trabalhadores no governo, que nos últimos 16 anos foi encabeçado por Jaques Wagner e Rui Costa.
ES
O atual governador do Espírito Santo e candidato à reeleição Renato Casagrande (PSB) venceu o segundo turno e vai comandar o estado por mais quatro anos, de 2023 a 2026. Apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Casagrande derrotou o ex-deputado federal Carlos Manato (PL), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
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O governador do Espírito Santo foi considerado matematicamente reeleito às 18h17, com 85% das urnas apuradas. No momento, PSB tinha 53,80% dos votos válidos e não poderia mais ser alcançado por Carlos Manato (PL), que tinha 46,20% dos votos.
MS
Veio do Mato Grosso do Sul a mais dura derrota do bolsonarismo no segundo turno. Aliado de primeira ordem do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado, o candidato Capitão Contar (PRTB) sofreu um duro revés. Com 99,87% das urnas apuradas, Eduardo Riedel (PSDB) foi eleito governador.
O resultado foi confirmado às 18h20, quando 92,23% das urnas estavam apuradas. Com a vitória de Riedel, o PSDB comandará o estado pelo terceiro mandato consecutivo. Naquele momento da apuração, o tucano tinha 808.708 votos, ou 56,90%, contra 611.988 de Contar, o que representa 47,61% dos eleitores no estado.
Riedel é empresário do agronegócio e ex-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), sindicato dos produtores rurais no estado, entidade que presidiu por seis anos. Capitão Contar é um ex-militar do Exército, que se elegeu deputado estadual na esteira do bolsonarismo em 2018. Neste ano, decidiu ser candidato a governador e seu desempenho nas pesquisas era ruim, até receber o apoio oficial de Bolsonaro.
PB
Com apoio de Lula, o atual governador da Paraíba João Azevedo (PSB) foi reeleito neste segundo turno, após vencer o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB). Com 90,44% das seções eleitorais apuradas no estado, às 18h38, Azevedo tinha 52,04% dos votos e já estava matematicamente eleito. O resultado garante mais um mandato ao paraibano, de 2023 a 2026.
Cunha Lima, derrotado pelo governador, evitou declarar voto no presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a disputa de segundo turno, já que o estado garantiu larga vantagem a Lula no primeiro turno. Em 2020, Azevedo chegou a deixar o PSB e se filiar ao Cidadania. Neste ano, contudo, retornou ao partido, que compõe a chapa presidencial de Lula com o ex-governador Geraldo Alckmin.
Para se manter competitivo no estado, Cunha Lima decidiu esconder Bolsonaro em sua campanha. Aliado da família Cunha Lima, o atual presidente perdeu em todos os municípios do estado. Seu pai, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), é aliado do governo no Congresso. Por outro lado, João Azêvedo conta com o apoio de Lula no estado.
PE
Com 88,21% das urnas apuradas até às 19h10, Raquel Lyra (PSDB) foi eleita governadora de Pernambuco. Ela teve 2.757.782 votos (58,87% dos votos válidos) e governará o sétimo maior colégio eleitoral do país pela primeira vez.
A deputada Marília Arraes (Solidariedade), adversária direta da tucana durante toda a campanha no Estado, teve 1.926.881 votos, ou seja, 41,13% dos válidos. A vitória da candidata do PSDB representou uma virada em relação ao resultado do primeiro turno.
RS
O candidato Eduardo Leite (PSDB) venceu a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul com 57,12% dos votos válidos. Onyx Lorenzoni (PL) ficou em segundo lugar, com 42,88% dos votos válidos. Até agora, foram apurados 91,35% das urnas. Os votos brancos somam 2,19% e os nulos, 2,9%. A abstenção está em 18,06%.
No primeiro turno, Leite saiu atrás de Onyx com 26,81% dos votos, bem distante do candidato de Bolsonaro, que largou com 37,5%. Mais: Leite ficou à frente do terceiro colocado, o petista Edegar Pretto, por apenas 2.491 votos. Após vitória confortável no primeiro turno, Onyx Lorenzoni (PL) perdeu a mão durante a campanha no segundo turno e viu seu adversário, Eduardo Leite (PSDB), virar e abrir uma importante distância na corrida pelo governo gaúcho.
RO
Com 96,95% das urnas apuradas, o bolsonarista Coronel Marcos Rocha (União Brasil), 54 anos, foi reeleito ao cargo de governador de Rondônia.
Natural do Rio de Janeiro, ele é formado em análise de sistema de dados, administração de negócios, e pós-graduado em educação e técnicas de ensino. Teve 38,88% dos votos válidos. Rocha também já foi secretário de Justiça de Rondônia. O administrador Sérgio Gonçalves (União Brasil), 48 anos, será o vice.
SC
Jorginho Mello (PL) teve a vitória mais tranquila do segundo turno. Ele venceu com folga o deputado federal Décio Lima (PT), o primeiro petista a chegar ao segundo turno para o governo de Santa Catarina. Os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que o candidato do PL obteve 70,68% dos votos, contra 29,32% do adversário.
Foi o único estado em que os partidos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se enfrentaram diretamente. Jorginho Mello substitui o atual governador Carlos Moisés (Republicanos), que se afastou núcleo de apoio do presidente nos últimos anos.
SE
Com 97,53% das urnas apuradas, o candidato Fábio (PSD) foi eleito governador do estado de Sergipe, com dos 51,84% votos válidos. Rogério Carvalho (PT), apoiado por Lula, ficou com 48,16%. Fábio (PSD), 45 anos, é deputado federal por dois mandatos e também já foi vereador de Aracaju.
Fábio é natural da capital sergipana, ele é formado em administração e já ocupou os cargos de secretário municipal de Esportes e de Estado de Trabalho. Para vice, o partido anunciou o nome do empresário Zezinho Sobral (PDT), 57 anos.
SP
Com cerca cerca de 93% das urnas apuradas, o candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi matematicamente eleito para o governo de São Paulo, com 55,3% dos votos válidos. Fernando Haddad (PT) tem 44,6% dos votos válidos. Os votos nulos somam 6,75% e os brancos, 4,01%.
Tarcísio é servidor público de carreira, 47 anos, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e graduado em engenharia no Instituto Militar de Engenharia. Em São Paulo, a corrida eleitoral chegou ao dia da votação com cenário mais apertado, depois que a campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) tentou politizar a morte de um jovem, em Paraisópolis, zona sul da capital paulista, próximo de agenda da campanha.
A distância, que chegou a figurar em 10 pontos percentuais, caiu. Levantamento do Ipec, divulgado no último sábado (29), mostrou Freitas com 52% contra 48% de Haddad.
Edição: Nicolau Soares