Não tomar para si a tarefa de desobstruir as estradas bloqueadas por bolsonaristas que contestam o resultado da eleição, manter a calma e seguir com a comemoração pela vitória de Lula (PT). Essa é a posição externada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nesta terça (1).
"É momento de celebração e ao mesmo tempo de estarmos atentos e vigilantes na defesa da democracia. Acompanhando o fluxo dos processos até a posse do nosso presidente", afirma Débora Nunes, da coordenação nacional do MST.
"Atentos ao processo de transição e irmos nos preparando para as lutas necessárias do próximo período no enfrentamento a fome, no fortalecimento da agricultura familiar e reforma agrária, da educação, saúde, trabalho e as pautas do povo brasileiro", complementa.
Desde a noite do último domingo (30), quando foi confirmada a eleição de Lula como o próximo presidente da república, grupos bolsonaristas passaram a interditar estradas pelo país, desacreditando o resultado das urnas e pedindo intervenção militar.
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Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os bloqueios alcançaram o maior número durante a madrugada desta terça (1), com 421 interdições. Durante coletiva de imprensa do órgão na manhã desta mesma terça, os bloqueios haviam sido reduzidos para 267.
"Do ponto de vista político, todos nós sabemos que o Bolsonaro e o bolsonarismo não iam aceitar qualquer que fosse o resultado das urnas. Porém, agora, é uma decisão do Estado brasileiro lidar com esta situação", afirma o também coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, em áudio distribuído para militantes e parceiros do movimento.
A posição contrasta com a do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que, em nota publicada também nesta terça (1), orienta que seus integrantes não entrem em confronto com os bolsonaristas, mas que façam manifestações para desbloquear as vias. A decisão, afirma o MTST, se dá por conta do que consideram "complacência" das forças de segurança em relação a esses atos.
Edição: Nicolau Soares