A deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL-SP) confirmou por meio de nota, nesta quinta-feira (3), que viajou para os Estados Unidos. Advogados e juristas chegaram a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão da parlamentar, após ela perseguir e ameaçar com uma pistola um homem negro no último sábado (29), em São Paulo, na vésperas das eleições. Contudo, o pedido de prisão contra ela não foi expedido. Durante o dia, o deputado André Janones (Avante-MG) chegou a vazar a notícia de que Zambelli teria deixado o país.
A deputada, no entanto, nega que esteja fugindo. Ela afirmou que não comunicou a viagem porque está com todas as suas redes sociais bloqueadas. O bloqueio ocorreu por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após a parlamentar publicar mensagens de apoio aos caminhoneiros e demais bolsonaristas em manifestações golpistas.
Atualização do caso Zambelli: não é possível falar em fuga vez que, apesar dos pedidos de prisão, ela não estava proibida de deixar o país. Porém, causa estranheza a maneira repentina com que saiu do país, e também o fato de ter feito a rota do Panamá. Seu destino é desconhecido.
— André Janones (@AndreJanonesAdv) November 3, 2022
Ela também incitou o desrespeito às decisões do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o desbloqueio das rodovias. Além disso, também incentivou pedidos por intervenção militar, em desrespeito ao resultado das eleições, que deram a vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na nota, Carla Zambelli disse que está nos Estados Unidos cumprindo “agendas pessoais”, e que vai aproveitar a ocasião para “estudar meios de assegurar e restaurar a liberdade de expressão no Brasil junto a autoridades americanas”.
Batata de Carla Zambelli assando
A viagem de Zambelli ocorre num momento em que aumentam as críticas, até mesmo no campo bolsonarista, pela sua atuação criminosa às vésperas da eleição. Além disso, apoiadores do atual presidente também reclamam do fato da parlamentar ter saído do país, após estimular as manifestações golpistas contra a vitória de Lula.
Por exemplo, o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica, disse em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, que a colega contribuiu para a derrota do presidente Jair Bolsonaro, ao ameaçar a vida do eleitor petista. “Traição foi a punhalada que o presidente recebeu nas costas com a deputada correndo na rua com arma na mão, talvez por um deslize mental”, afirmou.
Do mesmo modo, o senador Flávio Bolsonaro, também confidenciou a aliados que se arrepende de ter defendido a deputada, no episódio da ameaça armada em São Paulo. Em função do ocorrido, PT, Psol, Rede e diversos parlamentares levaram à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados uma série de pedidos de cassação da parlamentar.