pela trigésima vez

ONU aprova resolução que pede fim do bloqueio econômico dos EUA contra Cuba

Desde 1992, ampla maioria do pleno das Nações Unidas condena embargo econômico

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
ONU aprova pela trigésima vez consecutiva resolução que pede fim ao bloqueio econômica contra Cuba - ONU

Nesta quinta-feira (3), a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou por 185 votos a favor, dois contrários e duas abstenções, a resolução que pede o fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos contra Cuba. Há 30 anos, o governo cubano apresenta um relatório sobre os impactos do embargo na olha caribenha para o pleno da ONU. Somente Estados Unidos e Israel votaram contra o documento, enquanto a Ucrânia e o Brasil se abstiveram. Em 2021, a diplomacia brasileira havia adotado a mesma postura.

Em 60 anos de bloqueio econômico imposto pelos EUA, Cuba acumula US$ 154 bilhões em prejuízos, de acordo com o documento. "São danos injustificáveis ao bem-estar do povo cubano e é contrário aos interesses de paz do povo latino-americano", destacou a embaixadora argentina, María del Carmen Squeff, representando a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC). 


Com 185 votos a favor, dois contrários (EUA e Israel) e duas abstenções (Brasil e Ucrânia) resolução pelo fim do bloqueio econômico contra Cuba foi aprovada na ONU / Reprodução

"Trata-se de um castigo coletivo, cujos efeitos são claros crimes de lesa humanidade", disse o diplomata venezuelano, Joaquín Pérez Ayestarán.

"Irã e Cuba estão pagando o preço por sua resistência, oposição e independência diante das políticas colonialistas dos Estados Unidos", declarou o representante iraniano. 

Já a China defendeu que sejam proibidas todas as medidas de pressão econômica. "Apelamos pelo fim das sanções e votamos uma vez mais a favor desta resolução", defendeu Li Baorong.

"Washington está tentando criar uma doutrina Monroe de alcance global convertendo as sanções ilegais multilaterais em instrumento coercitivo", disse o diplomata russo Boris Bondarev.

Além do respaldo do pleno da ONU, 18 ex-presidentes latino-americanos escreveram uma carta apelando à Casa Branca pelo fim do bloqueio. Entre os signatários estão a ex-presidenta Dilma Rousseff, o boliviano Evo Morales e os colombianos Ernesto Samper e Juan Manuel Santos. 

O embargo total foi oficialmente imposto no dia 3 de fevereiro de 1962 pelo então presidente John F. Kennedy, como represália pela revolução socialista de 1959. De lá pra cá, o bloqueio contra a ilha tornou-se uma política de Estado dos EUA, que é recrudescida com o passar dos anos. Durante a administração de Donald Trump foram impostas 243 medidas coercitivas unilaterais, incluindo travas para estadunidenses que queiram realizar turismo na nação caribenha.

Entre as medidas do embargo está a proibição de que Cuba comercialize com o dólar a nível internacional e que adquira tecnologia ou equipamentos com mais de 10% de componentes fabricados nos EUA. 

Somente durante os 14 meses de gestão de Joe Biden, os prejuízos acumulam US$ 6,3 bilhões, segundo o governo cubano. Entre janeiro e julho do ano passado, no auge da pandemia de covid-19, a média de perdas diárias foi de US$ 12 milhões.

Edição: Thalita Pires