O próximo domingo (13) será de muita expectativa para os cerca de 3,4 milhões de estudantes brasileiros que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Muitos sonhos são projetados nessa prova que decide um dos passos mais significativos na vida estudantil.
Neste primeiro fim de semana, os participantes irão responder as questões de linguagens, ciências humanas e redação. No próximo domingo, dia 20, é a vez de matemática e de ciências da natureza.
Aperto de mente
Para Yana Dádiva, técnica em logística e militante do Levante Popular da Juventude, os sentimentos para o momento da prova são muitos. “Primeiro, uma certa responsabilidade. A gente projeta muitas coisas a partir de uma prova, mas ao mesmo tempo em que a gente sente essa responsabilidade, a gente também sonha. Então, acho que esse é o grande sentimento que me move”, declara a jovem.
Ela comemora que nesta edição os números de inscritos voltaram a crescer. “Nas edições anteriores, a gente teve o menor número de inscritos da história. O Enem de 2020 ficou marcado como o mais desigual de todas as edições”, declara Yana.
Bons ventos, boas novas
Ruan Pedroso tem dezoito anos e é de Feira de Santana. Representante da União Estadual de Estudantes, entidade de representação estudantil, ele se diz ansioso e, ao mesmo tempo, preparado para a avaliação do domingo. Com apoio de videoaulas e com a prática de estudar as provas dos anos anteriores, ele se sente capaz. “Eu quero cursar direito, mas não para exercer a advocacia. Quero ser promotor de justiça”, afirma confiante.
No dia seguinte a nossa entrevista, os bons ventos sopraram na vida do jovem que faria pela segunda vez a prova do Enem. Ruan recebeu a boa nova de que foi aprovado em Direito, na terceira lista do SISU, para a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Sonho realizado para ele que, agora, comemora o resultado com alegria e esperança de, em breve, ser o primeiro advogado da família.
Mesma prova, muitas realidades
Yana faz parte da coordenação da Rede Nacional de Cursinhos Populares Podemos Mais e é natural de Itapebi, no extremo sul da Bahia. Ela destaca que, como as desigualdades sociais acrescentam desvantagens para parte da população, a Podemos Mais apostou na realização de aulões presenciais para contribuir na reversão desse quadro.
“Entendendo que o sujeito e a sujeita que a gente quer alcançar tem outras demandas da vida. Precisam trabalhar, precisam botar comida na mesa. A gente quer garantir, dar ânimo e reforço para que nosso povo, nossa gente, tenha melhores condições e se sinta mais confiante para fazer essa prova”, afirma.
Ao pensar nos desafios que se colocam para o futuro da educação, ela defende que as ações afirmativas são alternativas de combate à desigualdade, mas elas por si só não são suficientes.
“A gente tem muita política a implementar e a complementar na garantia do retorno da evasão escolar, mas também na permanência desses alunos. Precisamos ter o melhor acompanhamento possível para sanar as várias lacunas criadas nesse período pandêmico”, declara.
Dicas de quem entende
Yana Dádiva deixa dicas para quem vai fazer a prova. “Para os treineiros, é uma oportunidade de você conhecer como é a estrutura da prova e também de aprender a administrar o seu tempo com ela. É importante se conhecer nesse ambiente”, ressalta.
Ela também reforça a importância de verificar as canetas, levar uma garrafa de água e um lanche. Além disso, é importante que o estudante se movimente depois de um tempo razoável de prova. “Picos de concentração de duas, duas horas e meia ajudam quem faz essas provas longas, densas e cansativas como é essa estrutura do Enem”, aconselha Dádiva.
Horário das provas
Os portões abrem pontualmente às 12h e fecham às 13h (horário de Brasília). As provas são iniciadas às 13h30 e se encerram, no primeiro domingo (13/11), às 19h, e no domingo seguinte (20/11), às 18h30. O candidato só pode sair com o caderno de questões nos últimos 30 minutos que antecedem o término da prova.
O que pode e o que não pode levar no dia do Enem
De acordo com o Inep, são itens obrigatórios:
-Caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente;
-Documento de identificação válido, físico ou digital;
-Máscaras de proteção contra a covid-19, exceto nos estados ou municípios onde o uso da máscara para prevenção à covid-19 em local fechado esteja liberado por decreto ou ato administrativo de igual poder regulamentar.
É também aconselhável levar o cartão de Confirmação de Inscrição e a Declaração de Comparecimento impressa (caso precise justificar sua presença no exame).
É motivo de eliminação o porte de qualquer um dos itens a seguir fora do envelope porta-objetos fornecido pelo aplicador, ao ingressar na sala de provas:
-Declaração de Comparecimento impressa;
-Óculos escuros e artigos de chapelaria, como boné, chapéu, viseira, gorro ou similares;
-Caneta de material não transparente, lápis, lapiseira, borrachas, réguas, corretivos;
-Livros, manuais, impressos, anotações;
-Protetor auricular;
-Relógio de qualquer tipo;
-Quaisquer dispositivos eletrônicos, como telefones celulares, smartphones, tablets, wearable tech, máquinas calculadoras, agendas eletrônicas e/ou similares, ipods®, gravadores, pen drive, mp3 e/ou similar;
-Alarmes, chaves com alarme ou com qualquer outro componente eletrônico;
-Fones de ouvido e/ou qualquer transmissor, gravador e/ou receptor de dados, imagens, vídeos e mensagens;
-Quaisquer outros materiais estranhos à realização da prova;
É também proibido portar bebidas alcoólicas e usar drogas ilícitas ou cigarros e outros derivados do tabaco, no local de provas.
Fonte: BdF Bahia
Edição: Lorena Carneiro