transtornos

Moradores da Pampulha, em Belo Horizonte, criticam projeto de expansão do aeroporto

Famílias da vizinhança relatam problemas relacionados às atividades do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Moradores do entorno temem que problemas de saúde já existentes, como estresse, hipertensão arterial e questões respiratórias sejam agravados com a expansão - Imprensa MG

Poluição sonora, cheiro forte e cansaço mental são transtornos relatados por moradores da Pampulha, em Belo Horizonte, por conta das atividades do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, localizado na região. Com o comunicado da CCR Aeroportos, divulgado no final de outubro, de que irá expandir a estrutura, a população do entorno teme que a situação seja agravada.

A empresa informou que seu novo empreendimento pretende aumentar a quantidade de hangares, estruturas nas quais as aeronaves são estacionadas para manutenção e preparação, em seis dos aeroportos administrados por ela. Entre eles, está o localizado na capital mineira, popularmente conhecido como Aeroporto da Pampulha.

Com o "Cidade de hangares", a proposta é de que o aeroporto Carlos Drummond de Andrade receba novos lotes com pelo menos 4 mil metros quadrados, a maior previsão do projeto.

:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::

Para os moradores dos bairros próximos, o anúncio feito pela CCR Aeroportos causou preocupação. "O aeroporto já causa impactos socioambientais nas comunidades vizinhas e, com a expectativa de expansão, com mais hangares e voos, os impactos serão ainda maiores. Já enfrentamos poluição sonora, acima de níveis permissíveis. Lidamos com testes de motores em horários inconvenientes, inclusive durante a madrugada, além do forte cheiro de querosene, que impactam as residências", conta Rogério Carneiro de Miranda, coordenador do movimento Pampulha Viva, que reúne moradores e cinco associações de vizinhos do aeroporto.

Atualmente, a estrutura aeroviária funciona durante 24 horas, nos sete dias da semana. O que, na avaliação dos moradores, impõe uma realidade "sem trégua" às famílias.

"As janelas das casas precisam ficar constantemente fechadas. Muitas vezes é impossível falar ao telefone, ver televisão ou mesmo conversar. Além disso, há relatos de problemas de saúde, como estresse, hipertensão arterial, perda na qualidade do sono, dificuldades de aprendizado escolar em crianças e problemas respiratórios", completa Rogério.

:: Leia mais notícias do Brasil de Fato MG. Clique aqui ::

Para o coordenador, o Aeroporto da Pampulha poderia adotar um funcionamento parecido com o de Congonhas, em São Paulo, que encerra as atividades das 23h às 6h do dia seguinte. Porém, ele relata que o diálogo com a empresa é difícil e que os moradores sequer foram consultados sobre a proposta de expansão.

Perspectivas

Na quarta-feira (9), aconteceu uma reunião da Comissão de Gestão de Ruído Aeronáutico (CGRA) que, além da administração do aeroporto, reúne órgãos do meio ambiente e os membros da comunidade.

Segundo os moradores, o encontro foi vago, os órgãos e a empresa não reagiram às reclamações das famílias e as demandas colocadas por eles não foram atendidas.

Ainda que tenha sido solicitada pelos moradores uma nova reunião no prazo de 60 dias, o novo encontro tem previsão de acontecer daqui a seis meses.

O outro lado

Procurada pela reportagem, a CCR Aeroportos informou que o projeto Cidade de Hangares é preliminar e "está sujeito a adequações, bem como à avaliação de viabilidade econômica e financeira".

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Elis Almeida