O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán - um dos principais nomes da extrema-direita mundial e já chamado de "irmão" por Jair Bolsonaro (PL), declarou nesta sexta-feira (18) que as sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia são "passos para a guerra", qualificando esta estratégia como "perigosa".
Orbán garantiu que quem intervém financeiramente em um conflito militar toma posição, e manifestou preocupação com o que descreveu como um acúmulo de medidas contra o "gigante eslavo".
O líder húngaro reiterou a sua oposição à proposta da Comissão Europeia de conceder à Ucrânia uma ajuda de 18 bilhões de euros até 2023 sob a forma de empréstimos, cujos juros seriam amortizados pelos Estados-membros. Ele expressou sua vontade de "lutar" contra um possível novo pacote de medidas contra Moscou.
"Fornecemos armas destrutivas, treinamos soldados ucranianos em nosso solo e impomos sanções energéticas. Nós nos tornamos parte integrante do conflito. A Europa está jogando um jogo muito perigoso", disse ele.
O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjarto, também afirmou que a UE supostamente escolheu a "pior resposta possível" à Rússia depois que ela iniciou a operação militar na Ucrânia. Segundo o ministro, a economia da união estaria "caminhando para recessões", enquanto a economia de Moscou não sofreu.
Szijarto pediu que os líderes da UE que defenderam a imposição de sanções à Rússia admitirem que levaram a economia europeia "a uma recessão" e renunciarem.
Reação da chancelaria ucraniana
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia reagiu negativamente à posição sobre a Hungria citando números fornecidos pelo Conselho da União Europeia, o Banco Mundial e o FMI para justificar a política de sanções como um ataque à economia russa.
O secretário de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, afirmou, por exemplo, que a Rússia teve uma queda do PIB de até 9% e uma redução do volume do comércio de bens e serviços de 30% a 35% por conta das sanções.
De acordo com Nikolenko, a economia russa retrocedeu trinta anos, enquanto Budapeste está tentando minimizar deliberadamente a eficácia das sanções.
Edição: Rodrigo Durão Coelho