O ex-presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn (2016-19), foi eleito neste domingo (20) o novo presidente do BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento). Ele será o primeiro brasileiro a comandar a instituição. Indicado ao posto pelo governo Jair Bolsonaro, houve pressão contra ele por alguns integrantes do PT, mas ele assumiu as bandeiras do presidente eleito na campanha à presidência do BID.
Goldfajn foi eleito em primeiro turno na votação da Assembleia de Governadores, que reúne representantes dos países que compõem o banco.
Atualmente, o economista atua como diretor de Hemisfério Ocidental do FMI (Fundo Monetário Internacional), cargo do qual se licenciou para disputar a eleição do BID.
Ele concorreu com outros quatro candidatos: a argentina Cecilia Todesca Bocco; o mexicano Gerardo Esquivel; o chileno Nicolás Eyzaguirre; e Gerard Johnson, de Trinidad e Tobago. Foi favorecido pela retirada do nome de Bocco pelo governo argentino.
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O ex-ministro petista da Fazenda Guido Mantega chegou a enviar um email à secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, pedindo que o pleito fosse adiado por 45 a 60 dias. A eleição, porém, não foi adiada e a renúncia de Mantega na quinta-feira, a seu cargo no governo de transição, consolidou a candidatura do ex-presidente do BC.
Apesar de indicado pelo governo Bolsonaro, as prioridades de Goldfajn apresentadas durante o processo seletivo do banco se alinhaeam às de Lula e incluíam combater a fome, promover a cooperação entre países, fomentar crescimento com inclusão social, diversidade e preservação ambiental.
Fundado há 63 anos, o BID é considerado o maior e mais antigo organismo financeiro multilateral do mundo e financia projetos de desenvolvimento econômico, social e institucional na América Latina e no Caribe. Tem 48 países membros e sede em Washington (EUA).