Catar 2022

Copa Política: jogadores sérvios sugerem "golpe" contra o Kosovo e Catar libera bandeira LGBT

A Sérvia já lutou uma guerra sangrenta contra o Kosovo e nunca aceitou sua idependência

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
A imagem teria obra dos próprios jogadores da Sérvia - Reprodução

A Copa do Catar continua dando munição para ser considerada uma das mais controversas da história dos Mundiais. Causou polêmica uma foto vazada do jogo entre Brasil e Sérvia, na quinta-feira (24).

A foto, tirada no vestiário dos sérvios, traz um mapa do Kosovo com a bandeira sérvia e os dizeres em albanês (a lingua local) "sem rendição". A imagem causou revolta no Kosovo por sugerir que a Sérvia não desistiu de anexar a ex-província, hoje um país independente.

Sérvia e Kosovo eram províncias da antiga Iugoslávia até o fim da União Soviética, no início da década de 1990. Com o colapso do país aliado, movimentos separatistas causaram uma série de guerras sangrentas de independência. Como resultado, surgiram novos países como a Eslovênia, Croácia, Bósnia, Montenegro e, por último, o Kosovo. 

Neste conflito, de 1999, o governo sérvio foi acusado de limpeza étnica ao atacar a população albanesa do Kosovo (que era a maioria na província). A guerra acabou com a deposição do governo de Slobodan Milosevic e sua prisão. Ele morreu em 2006, antes de ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional. O Kosovo conquistou sua independência na ONU em 2008, mas esta nunca foi reconhecida pela Sérvia.

O ex-chanceler do Kosovo Petrit Selimi publicou a foto em suas redes, criticando a Sérvia e a organização catari.

"Sem política? A FIFA impede as seleções europeias de usarem a braçadeira One Love [Um amor, em tradução livre] pelos direitos humanos. Apesar disso, a Sérvia decorou seu vestiário com o mapa do Kosovo com a bandeira sérvia e uma frase de "sem rendição". O Kosovo também é um integrante da FIFA! Obsceno", escreveu ele.

E o Catar?

A organização da Copa cedeu à indignação internacional e liberou a bandeira LGBTQIA+, que estava proibida. O veto ao símbolo chegou a causar situações absurdas, como a do pernambucano impedido de usar a bandeira de seu estado nordestino por que autoridades do país a confundiram com a do arco-iris.

Nem tudo são flores, no entanto. A braçadeira One Love segue proibida.


A braçadeira One Love, que seria utilizada por capitães de equipes na Copa para protestar pelos direitos LGBTQIA+ / Federação Alemã de Futebol

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Edição: Nicolau Soares