VIOLÊNCIA SEM FIM

Com última ação na Maré, operações no Rio já deixaram 498 mortos em 2022

Região Metropolitana do Rio registrou em média sete tiroteios por dia perto de escolas; moradores repudiam violência

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Além dos mortos, operações em 2022 deixaram 686 feridos no Rio - Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um levantamento da plataforma Fogo Cruzado, que produz dados sobre a violência armada no Brasil, mostra que 498 pessoas morreram e 686 ficaram feridas durante ações policiais na Região Metropolitana do Rio de Janeiro em 2022.

Os números foram engrossados pela operação das polícias civil e militar no Complexo da Maré que deixou pelo menos oito mortos e um ferido nesta sexta-feira (25), segundo a ONG Redes da Maré, que busca a garantia de direitos para os moradores. 

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Durante a ação mais recente no Complexo da Maré, 40 escolas tiveram as aulas canceladas por causa dos tiros. No primeiro semestre de 2022, foram registrados 632 tiroteios no entorno de escolas. Na média, foram sete tiroteios por dia perto de unidades de ensino na Região Metropolitana do Rio. Do total, 222 foram durante ações e operações policiais.

Desde o começo do ano, 134 agentes de segurança foram baleados e 64 deles morreram. Na última operação no Complexo da Maré, um integrante do Bope, da PM, ficou ferido na troca de tiros e foi encaminhado com vida ao hospital. 

ONG da Maré questiona eficácia de operações

Em nota, a Redes da Maré afirmou que 140 mil pessoas foram submetidas à presença de helicópteros e de intensos tiroteios. Uma situação "de terror", conforme a ONG que atua no Complexo. 

"Algumas perguntas nos cabe, diante de uma situação tão crítica: quem tem o direito à segurança pública? Por que esse tipo de atuação da polícia acontece dessa maneira, historicamente, nas favelas? Há uma insistência em investir em um modus operandi que, objetivamente, não é eficaz. Até quando os moradores de favela vão pagar o preço dessa escolha com suas vidas?", escreveu a Redes da Maré. 

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Nas redes sociais, personalidades públicas e moradores criticaram a violência provocada pelas forças de segurança. Confira a repercussão:

 

Edição: Daniel Lamir