A Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) abriu neste sábado (26/11) uma investigação contra a Federação Sérvia de Futebol após a divulgação de fotos de uma bandeira com as fronteiras constitucionais do país que teriam sido levadas ao vestiário da seleção balcânica no jogo contra Brasil, pela primeira rodada da Copa do Mundo do Catar.
A bandeira do mapa sérvio retratava Kosovo como parte da nação e incluía a frase '”nema predaje”, que em idioma sérvio significa “não se render”.
A foto da bandeira viralizou depois de ser compartilhada pelo ministro da Cultura, Juventude e Esportes de Kosovo, Hajrulla Ceku, que descreveu as imagens como “mensagens odiosas, xenófobas e genocidas em relação a Kosovo, se aproveitando da Copa do Mundo da FIFA”.
Disgraceful images from #Serbia locker room, displaying hateful, xenophobic and genocidal messages towards #Kosova, while exploiting #FIFAWorldCup platform.
— Hajrulla Çeku (@HCeku) November 25, 2022
We expect concrete actions from @FIFAcom considering that the @FFK_KS 🇽🇰 is a full FIFA and UEFA member. pic.twitter.com/xwu6i0j7dG
A Federação de Futebol do Kosovo é membro da FIFA e também da União Europeia de Futebol Associado (UEFA), reconhecida desde o ano de 2016.
Kosovo é um território que a constituição da Sérvia afirma ser parte de sua nação, apesar de que grupos independentistas proclamaram sua independência em 2008 – iniciativa que conta com reconhecimento parcial no cenário internacional, já que países como Rússia, China e um grande número de nações, incluindo cinco países da União Europeia, entre outros, se mantiveram ao lado da Sérvia.
O Brasil, por exemplo, mantém uma postura de certa equidistância com relação ao tema. O país não reconhece formalmente a independência de Kosovo, mas possui relações bilaterais com os grupos que se apresentam como autoridades kosovares.
A Federação Sérvia de Futebol ainda não se pronunciou sobre a investigação da FIFA.