E se tivesse VAR?

Nas campanhas de nossos Mundiais, apenas a primeira taça não foi marcada por ajudas de juízes

Listamos vezes em que o apito foi amigo do Brasil nas Copas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
O VAR começou a ser usado na Copa da Rússia, em 2018 - Divulgação

Que o VAR (árbitro de vídeo) é polêmico, todo torcedor sabe e, neste Mundial no Catar, a tecnologia vem causando revolta de algumas torcidas já na primeira rodada. Nossos hermanos argentinos andam indignados com o a anulação de três gols no jogo contra a Arábia, especialmente a cavadinha de Lautaro.

Mas se com o VAR pode ser ruim e sem? A história das Copas é lotada de erros de arbitragem que influenciam e muito nos resultados (vide La Mano de Dios). É também importante termos em mente que, nesses quase 100 anos de Mundiais, nós brasileiros fomos muito mais ajudados do que prejudicados pelo apito amigo. Ao ponto que, de todas as nossas cinco conquistas, apenas uma, a primeira em 1958, não contou com nenhuma ajuda extra.

Listamos abaixo uma série delas:

1962 - Nilton Santos e Garrincha

A Fifa pode ter eleito Nilton Santos e Garrincha como, respectivamente, os maiores lateral-esquerdo e ponta-direita do futebol no século 20. Mas os botafoguenses aprontaram na Copa de 62. Mané foi expulso na semifinal contra os anfitriões chilenos, mas "perdoado" a tempo de disputar a partida final.

Já Nilton Santos cometeu um pênalti claro quando o Brasil perdia de 1 x 0 da Espanha nas oitavas de final. Veja abaixo como ele dá uns passinhos para fora da área e, cinicamente levanta os braços, alegando inocência. O ato pode ter sido fundamental para o bicampeonato e foi por décadas visto aqui como um ato inteligente de malandragem, mas também ajudou a forjar o lado amoral da nossa mentalidade futebolística.

 

1970 - Pelé e Carlos Alberto

Em 94, o pacato Leonardo foi suspenso pelo resto da Copa ao dar uma cotovelada em Toby Ramos, nas oitavas contra os EUA. Se o mesmo critério tivesse sido usado em 1970, é bem capaz que tivéssemos perdido dois de nossos melhores jogadores.

O capitão Carlos Alberto e o próprio rei Pelé abusaram do expediente (contando, claro, em não serem percebidos pelos árbitros).  Por aqui, ao contrário de serem criticados pela irresponsabilidade, os atos de violência foram glorificados.

 

1982 - Luizinho

O time de 82 encheu os olhos do mundo, mas a história poderia ter sido outra caso o juiz tivesse apitado o pênalti claro cometido pelo quarto-zagueiro Luizinho na estreia contra a União Soviética, aos 17 minutos de jogo. Os adversários ainda abririam o placar pouco depois.

 

1986 - Gol da Espanha

Na estreia contra a Espanha, fomos ajudados pelo juiz não apenas no único gol validado do jogo, mas também com a não marcação de impedimento de Sócrates. Pouco antes, os espanhois marcaram um gol claro, anulado pela arbitragem.

 

1994 - Branco

A mãozinha que recebemos no Tetra é pouco falada, mas ocorreu no jogo mais difícil da campanha. Um dos lances mais icônicos foi o gol de falta de Branco, mas, antes de sofrê-la, o lateral enfiou a mão na cara do holandês Overmars, como pode ser visto no vídeo abaixo.

 

2002 - Luisão e Marc Wilmots

O Penta contou com muita ajuda. Além de um pênalti inexistente em Luisão, marcado a nosso favor na estreia contra a Turquia, tivemos um gol absolutamente legal anulado da Bélgica, na dura partida das quartas-de-final. O autor, Marc Wilmots, falou sobre a barbaridade:

 

2010 - Luis Fabiano

Apenas veja o antebraço do atacante brasileiro sendo fundamental no gol da partida contra a Costa do Marfim.

 

2014 - Fred

Contra a Croácia, a estreia tensa na Copa em casa ficou pior com um gol contra de Marcelo logo no começo. Buscamos o empate, e a virada veio num lance que correu mundo como a antítese do nosso jogo bonito. Fred cavou na cara de pau um pênalti.

 

Edição: Nicolau Soares