Esta terça-feira (29) foi mais um dia com incidentes que mostram o choque cultural da Copa do Catar. Um torcedor foi retirado pela polícia e expulso do estádio por usar uma braçadeira LGBTQIA+ e uma torcida inglesa foi proibida de se vestir com roupas dos guerreiros cruzados da Idade Média.
Antes do jogo entre Irã e Estados Unidos, cinco policiais abordaram o torcedor estadunidense que estava na arquibancada, com a braçadeira com as cores da bandeira LGBTQIA+.
Ele foi proibido de assistir à partida.
An American fan wearing a rainbow armband appeared to be escorted out of the stadium before Iran vs. USA pic.twitter.com/hDhUJKiSJ2
— B/R Football (@brfootball) November 29, 2022
Protestos contra a homofobia - a homossexualidade é crime no Catar - vêm ocorrendo de forma quase diária nessa Copa do Mundo. A organização do Catar informou essa semana que liberou a bandeira LGBTQIA+ nos estádios, mas o episódio desta terça levanta dúvidas sobre a medida.
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Cruzados, não!
Antigas rusgas não são esquecidas facilmente, mesmo que elas tenham um milênio de idade.
A Fifa confirmou que atendeu a um pedido catari e vetou a presença da fantasia de cavaleiros cruzados, usada por torcedores ingleses, nos estádios da Copa. O ar fanfarrão dos torcedores não convenceu as autoridades organizadoras da Copa de 2022.
Os cruzados eram tropas europeias que entre os séculos 11 e 13 partiam de seus reinos rumo ao Oriente Médio, para "retomar Jerusalém" para o papa e a cristandade. Costuma-se dizer que entre 1096 e 1272 ocorreram nove cruzadas principais, porém durante todo esse período aconteceu um movimento quase permanente de peregrinos que buscavam elevação espiritual.
O problema é que do outro lado estava a população muçulmana - chamados à época de "infiéis" - que sofreu constantemente todo tipo de massacre, por mais de 200 anos, pelas mãos dos cristãos medievais. Nesse caso, é compreensível a pouca tolerância do Catar.
Edição: Rodrigo Durão Coelho