A criança consegue trabalhar todos os sentidos em relação a um alimento
Um bebê de poucos meses pode ainda nem falar, mas pode, talvez, pedir uma, digamos, uma ampliação no cardápio alimentar. Sabemos que leite materno é o alimento mais recomendado para os primeiros meses de vida e que há situações, também, em que as fórmulas são necessárias para complementar a alimentação dos bebês. Mas qual seria o momento ideal para dar um passo a mais na dieta? Como os bebês devem conhecer novos sabores e texturas de alimentos?
A nutricionista Renata Greco afirma que o leite materno é recomendado até os dois anos. Mas, ao mesmo tempo do aleitamento, deve-se apresentar outros alimentos, não apenas para nutrir as crianças. Renata explica que a introdução alimentar deve ser feita por volta dos seis meses, como um momento importante para o estímulo aos sentidos e ao aprendizado nutricional.
:: Descoberta dos sabores: quando as crianças começam a criar uma identidade alimentar? ::
“O intuito do alimento nesses primeiros meses de introdução alimentar é conhecer, vivenciar esse mundo através do tato, do paladar, do olfato, até do auditivo, testando um alimento que é mais crocante ou mais duro, e ela resolve bater na mesinha. Então, quando a criança consegue trabalhar todos os sentidos em relação a um alimento, ela aprende um pouco mais. Ela não aprende apenas a comer e nutrir, mas ela aprende também força, controle motor, cheiro, gosto, textura, o que é duro, o que é mole. E essa vivência traz uma riqueza de aprendizado nutricional muito grande, que a criança leva para o resto da vida”, explica.
Ou seja, a tal melequeira que o bebê costuma fazer com a comida, deve ser vista com bons olhos para o desenvolvimento dele. Por a ser uma fase de formação da identidade do paladar, a dica é oferecer uma alimentação saudável, natural e equilibrada, com o máximo possível de frutas, verduras, legumes, raízes e grãos.
Ouça: Radinho BdF
Renata alerta também para a importância das pessoas responsáveis não ficarem ansiosas com o processo de introdução alimentar. O comportamento de forçar a barra para aumentar a quantidade de alimento, mesmo que a criança não queira mais, é totalmente desaconselhável. Ela lembra que é importante manter o aleitamento materno como principal fonte nutricional até o primeiro ano de vida, garantindo mais estabilidade no desenvolvimento da criança.
“Então, alguns ficam mais presos ao leite do que interessados pelos alimentos. Eles passam por períodos de inapetência, de falta de apetite quando tem nascimento de dente, vacina, resfriado, virose. Então, o leite pode continuar fazendo o principal papel de nutrição. Dessa forma a gente evitar o stress, a briga, forçar a criança a comer, de achar que a comida que não está sendo bem feita. E entender que essa fase dela acontece e que o bebê está sendo bem nutrido com o aleitamento”, ressalta.
A nutricionista lembra ainda que é importante respeitar o tempo de cada criança com a introdução alimentar. Assim como tempo de falar, engatinhar e andar é variável de uma criança para outra, a aceitação de alimentos também. Para quem desejar conhecer um pouco do trabalho de Renata Greco, que atende em Maceió (AL), a dica é acessar o Instagram e procurar o perfil @bebequecome.
Edição: Rodrigo Gomes