A Prefeitura de Porto Alegre anunciou, na manhã desta segunda-feira (28), que a Casa Betânia está apta a iniciar o acolhimento de mulheres vítimas de violência na cidade. O serviço de acolhimento funcionará 24 horas por dia, sete dias por semana. O espaço terá como objetivo acolher, proteger e encaminhar mulheres para os serviços da rede de proteção às vítimas de violência.
A casa será de responsabilidade da Coordenadoria da Mulher da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) e gestão da Organização Social Civil Centro Social Gianelli.
De acordo com o secretário municipal Léo Voigt, a Casa Betânia será responsável pelo primeiro acolhimento a mulheres e seus filhos. “A Casa recebe e depois faz a triagem necessária para o encaminhamento definitivo. Não é uma casa que vem para concorrer com os serviços da rede, mas vem como um complemento, para formar um conjunto de equipamentos especializados, não deixar nenhuma mulher sem atendimento qualificado em Porto Alegre”, expôs, pontuando que além de serem acolhidas, as mulheres serão orientadas para exercitar sua autonomia e recuperar a autoestima.
“O Centro Social Gianelli foi fundado por mulheres e há 18 anos tem como objetivo ser um espaço de trabalho voltado à educação e promoção de crianças, mulheres e famílias em situação de vulnerabilidade. Sonhamos em derramar um bom perfume de dignidade e de coragem sobre as vidas das mulheres que precisarem de nossa hospitalidade, a fim de que seja superado o odor do preconceito, das injustiças e das desigualdades, dos feminicídios e de tantos outros medos que historicamente cada mulher é submetida. Estamos abertas ao poder feminino transformador”, afirmou a irmã Raquel Pinto, em nome da OSC.
O início das atividades da instituição teve a presença do prefeito Sebastião Melo. “Temos muitos desafios na área social, mas tenho a clareza de que, especialmente nesta área de acolhimento às mulheres vítimas de violência, somos felizes por termos tantos parceiros comprometidos com a causa. A Casa Betânia é mais um espaço em que receberemos as vítimas de maneira qualificada e respeitosa em estrutura diferenciada. Precisamos resgatar a cidadania e oferecer qualidade de vida às abrigadas.”
Dados da violência no estado
De janeiro a outubro, o Rio Grande do Sul registrou 89 feminicídios, sete a mais do que nos primeiros 10 meses do ano passado. Os dados são do Observatório Estadual de Segurança Pública, da Secretária de Segurança Pública/RS que monitora a violência contra a mulher desde 2012. Em 2022, o estado já registrou 41.621 situações de agressão doméstica, incluindo ameaça, lesão corporal e estupro.
Canais para denúncia
Cram - Centro de Referência de Atendimento à Mulher: 3289.5110
Delegacia da Mulher de Porto Alegre: (51) 3288-2673 ou (51) 3288-2173
Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher
Defensoria Pública (Núcleo Especializado de Atendimento às Mulheres Vitimas de Violência Doméstica e Familiar): (51) 3225-0777
190 - Brigada Militar
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Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko
