Jornalismo

Deputados brasileiros assinam carta a favor de Assange: "perseguição deve ser interrompida"

Texto foi assinado por membros de diferentes bancadas e será enviado à Casa Branca

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A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) e representantes do WikiLeaks - Twitter Natália Bonavides

Deputados de diferentes bancadas do Congresso Nacional brasileiro assinaram nesta terça-feira (29/11) uma carta pedindo ao governo dos Estados Unidos que retira as acusações contra o jornalista australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks.

A carta contou com o apoio de representantes de diferentes partidos, entre eles o PSOL, o PT, o PCdoB e o PV. O texto afirma que a iniciativa norte-americana para extraditar Assange viola diversos documentos internacionais ratificados por Washington, como o Tratado Modelo das Nações Unidas sobre Extradições e o próprio Tratado de Extradição entre os Estados Unidos e o Reino Unido.

“Somamos a nossa voz ao apelo público crescente em toda a sociedade civil, organizações de direitos humanos, grupos de imprensa, classe política, artística e jurídica, que entendem que a perseguição contra o senhor Assange deve ser interrompida imediatamente”, diz a carta.

O documento deve ser enviado ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à presidente da Câmara de Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, e à Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.

Um dos deputados que assinou o manifesto foi Glauber Braga (PSOL-RJ), que declarou em suas redes sociais que as divulgações de Assange foram "fundamentais pra mostrar as barbaridades cometidas pelo governo de Washington". 

"Libertá-lo é uma necessidade humana e a luta pra que não vá para os Estados Unidos é uma obrigação de todos aqueles que não se dobram às iniciativas imperiais", disse.

A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) também se manifestou a favor da liberdade do fundador do Wikileaks. A parlamentar disse que Assange está preso por "ter denunciado a mentira e a manipulação".

A elaboração da carta foi um dos resultados da visita de uma delegação de representantes do WikiLeaks, portal fundado por Assange. Estiveram presentes em Brasília o editor-chefe, Kristinn Hrafnsson, e o editor Joseph Farrell.

Assange está preso em Londres desde 2019. A Justiça do Reino Unido está tramitando sua extradição aos Estados Unidos, onde ele enfrentará denúncias por “ataque à segurança nacional”, por ter revelado informações confidenciais das Forças Armadas e dos aparatos de inteligência norte-americanos, expondo diversos crimes de guerra cometidos pelos militares no Iraque, no Afeganistão e em outros países ocupados.

Caso a justiça de Washington condene Assange pelos crimes que é acusado, ele poderia acumular uma pena de 175 anos.

Lula comenta prisão de Assange

Entre as figuras que apoiam Assange, está o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que também recebeu a delegação do WikiLeaks esta semana. 

Pelo Twitter, Lula afirmou que foi informado da situação de saúde e da luta por liberdade do jornalista. "Pedi para que enviassem minha solidariedade. Que Assange seja solto de sua injusta prisão", escreveu.