9 anos sem Madiba

Conheça o legado social de Nelson Mandela para a humanidade

Mandela é um dos lutadores sociais que passou mais tempo atrás das grades, vítima de injustiças

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Mandela morreu em 5 de dezembro de 2013, um evento que causou comoção em milhões de pessoas em todo o mundo que seguem seu exemplo de luta social - Divulgação

Nelson Rlihlahla Mandela nasceu em 1918 em Mvezo, África do Sul, e o seu ativismo e liderança política centraram-se na luta pela igualdade racial no seu país.

Desde jovem ele vivenciou as injustiças e abusos dos direitos humanos resultantes da segregação racial, razão pela qual decidiu estudar Direito na Universidade de Fort Hare e mais tarde se engajou na política.

Mandela fundou a Liga Juvenil do Congresso Nacional Africano, à qual ele havia sido anteriormente filiado, e mais tarde tornou-se seu secretário-geral.

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Ele também liderou uma campanha maciça pedindo a desobediência civil contra leis injustas. Após o massacre de manifestantes negros pacíficos em Sharpeville, em 1960, as suas atividades políticas foram radicalizadas.

Nove anos após sua morte em 5 de dezembro de 2013, aqui estão cinco lutas que são um legado para as gerações futuras.

1. A luta contra o apartheid

O Apartheid era um conjunto de regras discriminatórias contra negros e indígenas sul-africanos que só beneficiava e privilegiava a população da minoria branca por mais de 50 anos.

Em 1994, o Congresso Nacional Africano ganhou as primeiras eleições multirraciais e livres da África do Sul com uma grande maioria e Mandela tornou-se o primeiro presidente democraticamente eleito.


Nelson Mandela falando na Assembleia Geral da ONU em 1994, pouco depois da sua histórica eleição como presidente da África do Sul nas primeiras eleições democráticas e multirraciais do país / UN Photo / E. Sehneide

Em seu primeiro ano como chefe de Estado, Nelson Mandela participou do debate na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), onde fez um discurso simbólico para a história.

2. A luta pelos direitos humanos

Madiba, como Mandela também era conhecido em referência à sua tribo original, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993 por sua luta pelos direitos humanos.


Nelson Mandela e Frederik de Klerk, presidente da África do Sul, exibem os Prêmios Nobel da Paz agraciados em conjunto pelo trabalho para acabar com o apartheid de forma pacífica, em 1993 / Gerard Julien / AFP

“Continuarei esperando que no meu país e na minha região, no meu continente e no mundo, surja um grupo de líderes que não permita que seja negada a liberdade a ninguém, como nos foi; que ninguém se torne refugiado, como aconteceu conosco; que ninguém seja condenado à fome, como nós fomos; que ninguém seja privado da sua dignidade humana, como nós fomos”, disse em um discurso à Assembleia Geral das Nações Unidas em 1998.

3. A luta pela liberdade

Mandela se envolveu na luta armada como um dos fundadores da uMkhonto we Sizwe (Espada da Nação, em português), um grupo armado do Congresso Nacional Africano (CNA), que realizou ataques contra militares e políticos pró-apartheid.

Um juiz o condenou por alta traição e o condenou a prisão perpétua. Após 27 anos de prisão entre 1962–1990, as negociações entre o CNA e o governo e a pressão internacional contra o apartheid levaram à sua libertação.

4. Luta pacífica

Após a legalização do racismo na África do Sul, Mandela continuou suas atividades políticas, ingressando no CNA no início dos anos 40 e tornando-se um membro proeminente da organização.

Apesar de ter objetivos claros, e não desconsiderando a luta armada, ele ajudou a organizar uma resistência pacífica, inspirada por Mahatma Gandhi.

Na prisão, organizou um movimento de desobediência civil que forçou as autoridades a melhorar as condições dos presos na ilha Robben.

5. Luta pela reconciliação

Mandela estava convencido de que uma vida melhor era possível na África do Sul, crença compartilhada pela grande maioria dos sul-africanos. Ele acreditava em uma nação multirracial com uma diversidade de culturas, religiões, etnias, línguas e raças.

Para Madiba, a reconciliação e a reconstrução da nação exigiam que o conflito e a injustiça do passado fossem erradicados. “Desde que conseguimos a liberdade, só pode haver uma divisão entre nós: entre aqueles que têm a democracia em seus corações e aqueles que não têm”, disse em Nova Delhi, Índia, em 1995.

Nelson Mandela morreu aos 95 anos em Joanesburgo. Seu funeral contou com a presença de mais de 100 líderes e chefes de Estado de todo o mundo.


Então presidenta Dilma Rousseff e ex-presidentes FHC, José Sarney, Lula e Collor homenageiam Nelson Mandela durante seu funeral na África do Sul em 2013 / Ricardo Stuckert / Instituto Lula

Traduzido por: Flávia Chacon