Essa é a primeira Copa do Mundo que eu assisto e fiquei muito feliz de ver o Brasil vencer
A bola entra em campo no Radinho BdF para um dos maiores espetáculos esportivos do planeta: a Copa do Mundo de Futebol. Alguns dos melhores jogadores do planeta estão reunidos no Catar para defender seus países em campo e tentar levar para casa a Taça do Mundo. Foram classificadas 32 seleções das Américas, da África, da Ásia, da Europa e da Oceania, celebrando a diversidade do mundo, jogando muita bola e marcando gol atrás de gol.
Os brasileiros têm muito a comemorar quando o assunto é futebol: nenhum outro país foi campeão da Copa do Mundo tantas vezes como o Brasil: cinco, exatamente. Os títulos foram conquistados em finais muito emocionantes e as duas últimas, de 1994 e de 2002, estão na memória de muitos adultos pelo país.
“Eu gosto de futebol porque eu acho legal e eu torço pelo Flamengo. Várias pessoas da minha família também gostam de futebol”, conta Alice, 8 anos, que mora no Rio de Janeiro. “Eu vi o primeiro jogo na casa do meu avô com meu pai, minhas primas e meu avô. Eu senti muita felicidade e animação.”
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Mesmo quem ainda não viu o Brasil ser campeão pode se encher de orgulho, porque o país é o que mais marcou gols na história das Copas do Mundo. Foram mais de 200 bolas mandadas direto para o fundo da rede, até agora. O Brasil também é o único país que até hoje participou de todas as Copas. Mesmo outros grandes campões, como Itália e Alemanha, não participaram de todas as disputas.
“Essa é a primeira Copa do Mundo que eu assisto e fiquei muito feliz de ver o Brasil vencer”, diz Guilherme, de 6 anos, que mora em Brasília. “Eu torço pelo Brasil, pelo Catar e pela França.”
Tradições da Copa do mundo
Embora tenham ótimas seleções na Copa, não dá pra negar que dia de jogo do Brasil é especial. Crianças e adultos aproveitam para reunir a família e os amigos e torcer juntos pela seleção.
“Essa é a primeira Copa que eu assisto e torço. Eu vi o primeiro jogo do Brasil com a minha mãe em um shopping, no telão. Estava todo mundo torcendo junto e me deu uma emoção muito grande de ver a seleção”, diz Francisco Dias da Rocha, de 8 anos, direto do Rio de Janeiro.
Outra tradição que acompanha esse evento esportivo é pintar as ruas com desenhos relacionados a futebol e decorar as casas de verde e amarelo para celebrar o fato do Brasil estar na Copa.
“Minha rua não está decorada, mas a minha casa está cheia de bandeirinhas de todos os times que estão participando da Copa. Eu tenho uma roupa especial que uso nos dias de jogos do Brasil. É a camisa da seleção”, conta Dora, que tem 8 anos e mora no Rio de Janeiro.
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É comum também que adultos e crianças aproveitem os jogos para fazer um bolão, que é uma aposta de um grupo de pessoas, que fazem palpites sobre os resultados dos jogos. Quem acertar mais resultados vence o bolão e leva o prêmio, que o grupo decidir.
“Eu perdi o bolão no primeiro jogo do Brasil e estou devendo R$ 2 para minha amiga!”, conta Bernardo, de 13 anos, que falou com o Radinho direto de São Paulo. “Eu assisti o primeiro jogo na casa dela, com outros amigos e foi muito legal, principalmente na hora dos gols. Na minha família meu pai gosta bastante de futebol e eu lembro de ter assistido a Copa de 2018. A de 2014 eu não lembro, mas gosto de ver as fotos dessa época”.
Cartão vermelho
Outra tradição da Copa do Mundo que nunca falha entre crianças e adultos é colecionar figurinhas do evento, que trazem a imagem dos jogadores, com informações sobre eles. Os cards autoadesivos ganham lugar especial em cadernos, guarda-roupas e no álbum de figurinhas, para quem está colecionando.
Mas nesse ano, algo de estranho chamou a atenção dos meninos e meninas: “eu estou colecionando o álbum e nele tem duas páginas de uma marca famosa de refrigerantes. A gente só consegue as figurinhas dessas páginas se comprar os refrigerantes”, reclama Bernado. “E ainda as figurinhas só vem em tipos específicos de refrigerante, nos ‘zero açúcar’ ou nos de dois litros”.
Como colecionar figurinhas é uma atividade divertida, crianças que nem gostavam de refrigerantes podem começar a pedir para os adultos comparem, só para completar o álbum. Vale lembrar que os refrigerantes são bebidas da categoria dos ultaprocessados, com potenciais impactos na saúde e que sempre fazem muita propaganda e publicidade.
“A copa do mundo que é um evento em que todo mundo participa, assistindo os jogos, torcendo e vestindo a camisa do nosso país. Usar desse evento para promover um produto que faz mal a saúde não é legal. Pelo contrário, é uma propaganda desleal, que dialoga direto com as crianças”, diz Paula Johns, diretora a organização não governamental ACT Promoção de Saúde.
Os refrigerantes têm quantidades muito grandes de açúcar, que funciona no corpo humano como um estimulante e que pode causar uma série de doenças crônicas, como diabetes, obesidade, hipertensão e até alguns tipos de câncer.
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Essas indústrias também causam graves problemas para o meio ambiente. A marca de refrigerantes famosa que faz propaganda no álbum da Copa, por exemplo, é a principal poluidora de plásticos do mundo, segundo um estudo da organização não governamental Livre-se do Plástico. A empresa já se comprometeu diversas vezes a reciclar mais e a reduzir a produção de garrafas PET, mas nunca cumpriu as metas.
“Imagine só: se uma pessoa jogar uma garrafa PET de refrigerante no chão, quando chove ela pode ir parar nos bueiros, depois nos rios e poluir o nosso planeta”, lembra Dora.
Como essas indústrias acabam fazendo mal à saúde das pessoas e ao meio ambiente, elas aproveitam para se aliar a um evento importante como a Copa do Mundo, para limpar sua imagem junto aos consumidores e aos governos.
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E não são só as indústrias de refrigerante: marcas de fast food e até de bebidas alcoólicas aproveitam para patrocinar a Copa do Mundo, fazer propaganda e criar uma imagem responsável junto com os consumidores, sendo que os produtos que elas vendem não tem nada de saudável.
“Com essas propagandas as pessoas querem comprar mais e as indústrias ganham cada vez mais dinheiro e ficam mais ricas”, alerta Alice.
Brincadeiras, história e muita música
E para completar o debate, o Radinho BdF vem cheio de músicas e brincadeiras. A educadora física Camila Durães convida as crianças a mexer o corpo e brincar muito experimentando os movimentos de alguns esportes populares.
Na Hora da História, o jornalista Daniel Lamir conta “Até dos Deuses Amam Futebol”, escrito por Heinz Janisch, ilustrado por Artem Kostyukevich e publicado pela Editora Biruta.
Já a Vitrolinha BdF põe som na caixa com “País do Futebol”, do MC Guimé e do Emicida, “Meio de Campo”, do Gilberto Gil e “É uma Partida de Futebol”, do Skank.
* Esse programa foi feito em parceira com as organizações não governamentais ACT Promoção de Saúde e Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).
Sintonize
O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.
Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.
Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o Radinho BdF de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].
Edição: Sarah Fernandes