O Brasil recebeu nesta sexta-feira(9) as primeiras doses das chamadas vacinas bivalentes da Pfizer contra a covid-19. Os imunizantes são mais modernos do que os disponíveis hoje no país e são estruturados especificamente para combater a cepa ômicron.
Há meses, Estados Unidos e países da União Europeia já adotaram as ambivalentes. Contudo, o governo brasileiro atrasou a compra, apesar de as primeiras propostas da fabricante terem sido enviadas em agosto.
Foi entregue neste primeiro lote 1,4 milhão de doses e são aguardados mais dois lotes entre domingo e segunda, que completarão 4,5 milhões de unidades. Uma segunda vacina bivalente, desenvolvida também pela Pfizer especificamente para as subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron também deve ser distribuída no Brasil. A farmacêutica diz que planeja entregar 27,4 milhões de doses durante o ano de 2023.
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Primeiramente, a recomendação do Ministério da Saúde é de utilizar as bivalentes recém-chegadas apenas como reforço para grupos de risco, como idosos, gestantes e imunossuprimidos. Ao menos por enquanto, não existe perspectiva de uma quinta dose para a população sem comorbidades.
Contudo, a pasta afirmou que divulgará novas recomendações em breve. “As orientações sobre a distribuição, a aplicação das vacinas e o público-alvo serão publicadas pelo Ministério da Saúde em nota técnica nos próximos dias”, afirmou a pasta em nota.
Onda da ômicron
A chegada das vacinas, embora atrasada, deve ajudar a frear uma nova onda de covid-19 que vem sendo detectada em todo o país. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou ontem um informe sobre a atual situação da pandemia no Brasil.
Por meio do boletim InfoGripe, a entidade manteve o alerta de elevação do número de casos e internações por covid em todo o Brasil. Apenas dois estados apresentam tendência de estabilidade: São Paulo e Rio de Janeiro.
Diante do cenário de risco, a Fiocruz mantém a recomendação para que a população use máscaras, em especial nos ambientes fechados, transporte público e em aglomerações mesmo a céu aberto. “É importante manter os cuidados porque estamos entrando no período em que aumenta a nossa exposição, com as celebrações de fim de ano”, afirma o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
Ontem, o Brasil registrou 104 mortes por complicações da covid. A média móvel de vítimas, calculada em sete dias, está em 106 – uma variação de 37% nos últimos 14 dias. Fica evidente o momento de piora do surto no país. O número de novos casos segue em ritmo superior ao de mortes. No mesmo período, os casos subiram 53%. Esta diferença confirma a eficácia das vacinas, especialmente para evitar o agravamento da doença.