Crises políticas intensificam-se na América Latina. No Peru, em 2021, o professor e sindicalista Pedro Castillo venceu as eleições presidenciais com o partido de orientação marxista-leninista-mariateguista, Peru Libre. Sua principal adversária era Keiko Fujimori, filha do ditador neoliberal que governara de modo autoritário o país entre 1990 e 2000.
O resultado foi apertado e a golpista Keiko chegou a questionar os resultados das urnas. Algo parecido, afinal, com o que temos visto no Brasil. Um ano e meio depois de assumir a presidência, Castillo tornou-se alvo de acusações do parlamento e do Ministério Público. Enfrentou três tentativas de impeachment e, na última, acabou sendo destituído e preso, dando lugar à sua vice, Dina Boluarte, no dia 7 de dezembro.
O processo, entretanto, é ilegítimo. Fortes protestos populares e mobilizações de greves espalham-se pelo Peru com as exigências da libertação de Castillo, da dissolução do congresso, da realização de eleições diretas e da abertura de um processo constituinte.
Contra os interesses dos mais ricos e os desmandos dos poderosos, o povo peruano resiste nas ruas, exige o respeito de seu voto e reivindica o protagonismo de sua voz.