Disputas de terceiro lugar são historicamente o patinho feio das Copas do Mundo. Times desmotivados, frustrados por terem chegado tão perto da final mas falhado, disputando um jogo que muitos consideram que nem deveria existir. Neste ano de 2022, como em todo Mundial, ressurgiram pedidos para a disputa fosse extinta.
Teria sido um erro.
Marrocos e Croácia fizeram uma excelente partida de futebol, honrando as belas campanhas de duas nações ascendentes no esporte. O resultado, 2x1 para a Croácia, frustrou o sonho marroquino de aumentar seu acervo de conquistas, já histórico com a inédita chegada de uma seleção do continente nas semifinais do torneio. Mas não reduz a importância do feito, construído com muita entrega, disciplina tática e boa dose de ousadia frente a equipes bem mais consolidadas.
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O jogo começou elétrico com a Croácia surpreendendo Marrocos com muita pressão ofensiva. O goleiro Bono, considerado um dos melhores da Copa quase fez um gol contra nos primeiros minutos, ao chutar uma bola rente à linha do próprio gol.
O placar seria aberto logo aos sete minutos em um belo cabeceio do mascarado Gvardiol (que usa uma proteção facial, por causa de uma fratura). A resposta marroquina veio menos de dois minutos depois, com Dari, que também marcou de cabeça.
A partida seguiu com chances claras de gol, principalmente para os croatas. As duas equipes fizeram um jogo bem mais fechado na estreia das duas seleções na Copa, quando empataram em 0x0. Antes dos 20 minutos do primeiro tempo, a Croácia já havia superado o total de finalizações no gol marroquino do que as cinco registradas no primeiro embate.
O segundo gol - e que golaço! - veio aos 42 minutos, com Orsic. Após uma habilidosa troca de passes, o croata que joga no Dínamo Zagreb colocou uma bola cuidadosamente dentro do gol marroquino, coroando a superioridade do país na primeira etapa de jogo.
O mascarado Gvardiol marcou um gol e sofreu pênalti não marcado pelo árbitro catari / Paul ELLIS / AFP
O segundo tempo seguiu muito disputado, com inúmeras oportunidades para ambos os lados. O árbitro catari Abdularhman Al Jassim influenciou diretamente no resultado, ao não marcar pênalti claro para a Croácia e uma falta perigosa para Marrocos na entrada da área.
No último minuto dos acréscimos, En-Nesyri teve a chance de empatar, mas mandou a bola pouco acima do travessão.
As campanhas
Primeira colocada do grupo, a equipe de Marrocos chegou às oitavas após vitórias sobre Bélgica (2 a 0) e Canadá (2 a 1). Sem se intimidar, passou nas fases eliminatórias por Espanha (0 a 0 no tempo normal, vitória nos pênaltis) e Portugal (vitória por 1 a 0), antes de perder para a França por 2 a 0.
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Os croatas golearam os canadenses (4 a 1) e ficaram no 0 a 0 com os belgas e avançaram na segunda posição. Nas fases eliminatórias, duas classificações nos pênaltis após empates em 1 a 1 com Japão e Brasil. Mas o time não resistiu ao talento de Lionel Messi e foi derrotado por 3 a 0 pela Argentina na semifinal.
Edição: Thales Schmidt
