ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA

PF prende suspeitos de coagir caminhoneiros em atos golpistas de Rondônia

Operação que mira associação criminosa apreendeu armas e suspendeu licenças de CAC de investigados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Investigados tinham armas e licenças CAC - Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) prendeu neste sábado (17) quatro suspeitos de organizar atos golpistas contra o resultado das eleições em Rondônia. Um policial militar está entre os detidos na operação batizada de Eleutéria.

A ação teve a participação Ministério Público de Rondônia (MP-RO) e investiga uma associação criminosa formada por empresários e fazendeiros do município de Colorado do Oeste, no sul de Rondônia.

Cerca de 50 policiais cumpriram quatro mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. Foram apreendidas nove armas de fogo, mais de 500 munições de diferentes calibres. Alguns dos investigados tiveram suspensas as licenças de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).

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A investigação teve início logo após o resultado do segundo turno das eleições de 2022. A PF ouviu relatos de comerciantes e caminhoneiros que afirmaram ter sido constrangidos por líderes das manifestações antidemocráticas.

Vítimas foram obrigadas a aderir a protestos, diz PF

Segundo a PF, as vítimas do teriam sido obrigados a aderir aos atos golpistas contra a vitória de Lula. Conforme o MP-RO, caminhoneiros ficaram retidos em bloqueios nas rodovias por vários dias, estudantes não conseguiram ir às aulas e servidores públicos foram coagidos. 

“Além disso, foram relatadas diversas situações de pessoas obrigadas a fechar o comércio como forma de apoio à manifestação e pessoas que não puderam abastecer seus veículos livremente, vez que o grupo impediu a passagem de caminhões tanques na cidade, assim como chegou a limitar a quantidade de combustível a ser abastecido por pessoa”, escreveu o Ministério Público. 

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Os crimes investigados são de associação criminosa, constrangimento ilegal, coação no curso do processo, crimes contra a relação de consumo e contra a atuação do Ministério Público. As penas podem chegar a 16 anos de prisão. 

Edição: Thales Schmidt