Argentina e França entram em campo neste domingo (18), às 12h de Brasília, para definir quem deixará o Catar com o troféu de tricampeã mundial. Apesar de serem formadas por muitos jogadores talentosos, alguns atuando nos principais clubes do mundo, é difícil falar nesse jogo sem citar o confronto entre dois dos maiores craques do futebol na atualidade: o argentino Lionel Messi e o francês Kylian Mbappé.
Artilheiros da Copa até aqui (cada um com cinco gols), eles estão em momentos distintos na carreira. Aos 35 anos, Messi tenta sua primeira Copa do Mundo. Um dos maiores artilheiros de todos os tempos, ele já conquistou dezenas de títulos por clubes (especialmente pelo Barcelona) e premiações individuais - já foi eleito seis vezes o melhor do Mundo.
Apesar de não precisar mais "provar" qualquer coisa, é nítido que o jogador sonha com a conquista da Copa por sua seleção. Ele se emocionou ao conquistar, em 2021, o primeiro troféu pela equipe nacional: a Copa América, disputada no Brasil. E já disse que esta é sua última Copa.
Doze anos mais jovem que o rival, Mbappé promete ser um dos grandes nomes do futebol pelos próximos anos, e já mostrou seu talento quatro anos atrás, quando foi um dos destaques da França na conquista da Copa do Mundo da Rússia. Na ocasião, se aproximou dos feitos de Pelé ao marcar gols em fases decisivas de Copa - incluindo a final - antes dos 20 anos.
Se mantiver o ritmo, o francês tem boas chances de se tornar o maior artilheiro da história das Copas do Mundo. Até aqui, foram nove gols marcados em duas participações. Não é improvável imaginar que ele dispute pelo menos outras duas Copas em bom nível técnico e físico para superar os 16 gols do alemão Miroslav Klose.
Messi foi eleito "o homem do jogo" em quatro partidas da Argentina nesta Copa. Mbappé, em três jogos da França. Colegas de time no Paris Saint-Germain, eles são os camisas 10 das equipes que decidem o título mundial. No clube, porém, o dono do número icônico é o brasileiro Neymar. Messi usa a camisa 30, Mbappé, a 7.
Eles não estão sozinhos
Apesar de serem os maestros de suas equipes, Mbappé e Messi, claro, não são as únicas estrelas da decisão deste domingo. Com 22 anos, Julian Álvarez, jogador do Manchester City, faz uma Copa brilhante, com quatro gols marcados pela Argentina. O goleiro Emiliano Martínez, que defendeu duas cobranças da Holanda na disputa de pênaltis nas quartas de final, também se destacou.
O experiente atacante Giroud, que nesta Copa se tornou o maior goleador da história da seleção francesa, é mais um nome a ser observado. Ele também tem quatro gols no Mundial. Outro atacante, Antoine Griezmann, ainda não marcou. Porém, tem sido um dos grandes nomes da equipe francesa por sua enorme participação nas partidas, ocupando espaços em todas as áreas do campo.
As campanhas
A Argentina protagonizou uma das grandes surpresas desta Copa logo na estreia, quando perdeu de virada para a Arábia Saudita por 2 a 1. Após duas vitórias por 2 a 0, sobre México e Polônia, o time se recuperou e garantiu o primeiro lugar do grupo. Nas oitavas de final, jogo difícil e vitória por 2 a 1 sobre a Austrália. Mais sufoco nas quartas: empate em 2 a 2 com a Holanda e a classificação nos pênaltis. Nas semifinais, em sua melhor atuação até aqui, os argentinos fizeram 3 a 0 na Croácia.
A França começou a Copa com vitória tranquila por 4 a 1 sobre a Austrália. Na segunda rodada, triunfo por 2 a 1 sobre a Dinamarca. Com a classificação garantida, o técnico Didier Deschamps escalou os reservas na partida contra a Tunísia e a França perdeu por 1 a 0. No mata-mata, três vitórias: 3 a 1 sobre a Polônia; 2 a 1 contra a Inglaterra; 2 a 0 contra Marrocos.
A final
Esta é a sexta vez que a Argentina chega a uma decisão de Copa do Mundo. Até aqui foram dois títulos (1978, em decisão contra a Holanda; e 1986, sobre a Alemanha) e três vice-campeonatos (1930, contra o Uruguai; 1990 e 2014, em ambas perdendo para a Alemanha).
A França só disputou sua primeira final de Copa do Mundo em 1998, quando venceu o Brasil por 3 a 0. De lá para cá, esteve na decisão em 2006 (derrota nos pênaltis para a Itália após empate em 1 a 1) e 2018 (bateu a Croácia por 4 a 2).
Quem vencer, portanto, chegará ao status de tricampeã mundial, e ficará abaixo apenas do pentacampeão Brasil e das tetracampeãs Itália e Alemanha.
O jogo acontece no estádio Lusail, e terá arbitragem do polonês Szymon Marciniak. Curiosamente, ele apitou dois jogos da Copa até aqui: um da Argentina, contra a Austrália; outro da França, contra a Dinamarca.
Edição: Thalita Pires