A instabilidade política e a violência continuam no Peru. De acordo com informe publicado pelo Ministério da Saúde, 25 pessoas já perderam a vida em decorrência dos protestos que tomaram o país depois do impeachment do presidente Pedro Castillo; a cidade que concentra o maior número de óbitos é Ayacucho, com 9 vítimas fatais.
Movimentos populares defendem a antecipação das eleições, mas o Congresso peruano decidiu na sexta-feira (16) rejeitar um projeto de lei que anteciparia a escolha de um novo presidente pelo voto popular para 2023. A atual presidenta, Dina Boluarte, defende uma proposta que prevê eleições gerais – ou seja, dos poderes Executivo e Legislativo – em abril de 2024.
No dia 14 de dezembro, o governo federal apontou para a erupção de "atos condenáveis de violência" para aprovar um estado de emergência. A medida limita de forma temporária alguns direitos constitucionais, como a liberdade de trânsito.
Após participar de uma cerimônia de graduação de cadetes da Escola Naval do Peru nesta segunda-feira (19), Boluarte afirmou à imprensa que os protestos "destroem a infraestrutura básica para a população".
"Reitero que o diálogo é a principal opção para o retorno à normalidade. Quem causa prejuízo não quer dialogar, mas a gente dá essa oportunidade e paramos de vez, porque a cada dia que uma região sofre com uma paralisação, perde-se muito em todos os aspectos, revertendo os avanços na economia, saúde e educação. Não permitamos esse retrocesso e cumpramos o lema da Escola Naval Peruana: forjamos o futuro", disse a presidenta segundo o jornal El Peruano.
O Ministério das Relações Exteriores do Peru afirmou nesta segunda-feira (19) que a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) chegará ao país nesta semana para uma "visita técnica" feita a convite das autoridades peruanas. A CIDH afirmou por meio de suas redes sociais que "reconhece essa abertura para a construção de canais de diálogo como forma de enfrentamento dos conflitos sociais".
Edição: Nicolau Soares