O Republicano Kevin McCarthy fez, na manhã de hoje (7), seu primeiro discurso como líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, durante a abertura oficial da 118ª legislatura do Congresso.
A votação que o elegeu, realizada durante a madrugada, pôs fim ao mais longo impasse no legislativo norte-americano dos últimos 160 anos, com 15 rodadas de votação fracassadas e quatro dias de discussões tensas no Congresso.
No discurso, McCarthy prometeu cooperar com os Democratas e disse que pretende aprovar medidas para endurecer a política de imigração e combater a "doutrinação progressistas nas escolas". Como desafios, citou a dívida nacional e ascensão do Partido Comunista Chinês no cenário global.
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"Temos que assegurar a fronteira, não mais ignorando uma crise de segurança e soberania", disse McCarthy, que agora é o segundo na linha de sucessória da presidência, depois da vice-presidenta dos EUA, Kamala Harris. "Não há nada mais importante do que possibilitar às famílias americanas viverem e desfrutarem da vida que merecem", afirmou.
O político de 57 anos teve dificuldades para se eleger, pois enfrentou forte oposição de radicais do próprio partido, que não o consideravam conservador o suficiente para o cargo. McCarthy conseguiu convencer os Republicanos que se recusavam a apoiá-lo, mas teve que oferecer concessões aos ultraconservadores, o que diminuí seu poder como líder da Câmara.
Assim, McCarthy obteve 15 dos 21 votos dos radicais que haviam se recusado a apoiá-lo, abrindo caminho para a vitória.
Impasse mostrou fragilidade de Trump, diz pesquisadora
O impasse político paralisou as atividades da Casa por quase uma semana, já que a eleição é uma pré-condição para o início dos trabalhos legislativos. Os republicanos são donos de 222 cadeiras, mas mesmo assim não conseguiam reunir os 218 votos necessários para eleger o novo presidente do Legislativo.
O ex-presidente Donald Trump tentou solucionar a questão e chamou os Republicanos e votarem em McCarthy, mas não convenceu seus correligionários.
Para a professora de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Denilde Holzhacker, a situação demonstra que Trump, apesar da força que tem no partido, "não é agregador".
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O ex-presidente é apontado por alas do partido como o responsável pelos republicanos não terem conquistado uma vitória expressiva nas eleições de meio de mandato, como indicavam as pesquisas de opinião.
"O partido [Republicano] terá que se reinventar, mas poucos acreditam na capacidade de liderança do McCarthy após toda essa confusão, mesmo que ele alcance a maioria para se transformar em líder", disse a pesquisadora ao Brasil de Fato.
Edição: Sarah Fernandes