O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), não participa da reunião de emergência entre governadores e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que discute nesta segunda-feira (9) a invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília.
Aliado fiel de Jair Bolsonaro (PL), Mendes saiu de férias e ficará de licença do cargo entre 9 e 19 de janeiro. No lugar dele, o vice-governador do estado, Otaviano Pivetta, foi enviado à reunião na condição de governador em exercício.
Sem citar Bolsonaro, Mauro Mendes lamentou em nota o episódio de vandalismo em Brasília e disse que não toleraria "atos semelhantes". "A livre manifestação é um direto constitucional, desde que exercida com respeito às leis e à Constituição", escreveu.
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Em Cuiabá (MT), o acampamento bolsonarista montado há 70 dias em frente ao quartel do Exército começou a ser desmobilizado no final da tarde desta segunda. A medida foi tomada pelo governador em exercício após o ministro Alexandre de Morais determinar a desarticulação das estruturas por todo o país.
Mato Grosso concentra empresários golpistas
Desde o fim das eleições, o Mato Grosso é o principal centro de organização e financiamento de protestos antidemocráticos da Amazônia Legal. Em novembro, 50 dos 116 caminhões envolvidos nos protestos golpistas em Brasília eram do estado, segundo um relatório da Polícia Civil enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Das 43 contas bancárias bloqueadas pelo STF em novembro por financiar atos golpistas, 24 são de pessoas físicas e jurídicas da cidade de Sorriso (MT), conforme o portal Uol. O principal motor da economia do município – e de todo o Mato Grosso – é o agronegócio.
Após a invasão de bolsonarisas em Brasília no domingo (8), apoiadores de Bolsonaro promoveram novos bloqueios a rodovias no interior matogrossense, nas cidades de Guarantã do Norte, Matupá, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. Segundo o governo estadual, os pontos já foram liberados.
Edição: Glauco Faria