O general Augusto Heleno, ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), interagiu com uma publicação de teor golpista que implorava por sua "ajuda" aos bolsonaristas. Um dos trechos da mensagem curtida pelo militar diz: "Sermos pacíficos não adiantou".
O tuíte foi feito às 13h08 do último domingo (8), poucas horas antes das cenas de vandalismo protagonizadas por apoiadores do ex-presidente, com a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
"General cadê o Senhor? Será que não dá pra nos orientar? Pra nos ajudar? Pra nos dizer algo efetivo de como devemos agir como povo? Sermos pacíficos não adiantou! Ajuda agente General Heleno!", escreveu uma usuária que utiliza o nome Ana Margoni.
O Twitter não exibe o horário em que foi feita a interação de Heleno com a postagem. Às 17h40 desta segunda-feira (9), o comentário de Ana Margoni tinha 64,5 mil visualizações, 41 retweets e 549 curtidas.
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A publicação de apoio aos atos terroristas foi a única com que Heleno interagiu desde 16 de dezembro do ano passado.
O perfil que fez a publicação foi criado em novembro de 2022, com o nome de usuário @amargoni2611. A conta tem apenas três seguidores, apesar de uma atividade intensa na plataforma.
O Brasil de Fato não localizou contatos públicos de Augusto Heleno ou de sua assessoria de imprensa. O espaço segue aberto para manifestações.
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Movimentos protestam contra golpismo
A partir desta segunda-feira (9), diversos municípios do país serão palco de manifestações em defesa da democracia e contra a última investida golpista e criminosa realizada por bolsonaristas, em Brasília, neste domingo (8).
Os atos foram convocados por movimentos populares, partidos e sindicatos que exigem que todos os responsáveis pela invasão às sedes dos Três Poderes sejam punidos e que não ocorra anistia àqueles que incentivaram ataques ao Estado Democrático de Direito mesmo antes do ato criminoso, como o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Até às 23h deste domingo, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu em flagrante cerca de 300 apoiadores do ex-presidente, que foram encaminhados para a sede da corporação. "Estão sendo identificados e ouvidos nos autos do inquérito que investiga todos os atos criminosos ocorridos esta tarde na Esplanada dos Ministérios", informou a corporação.
As prisões em flagrante foram realizadas pelo crime de tentar de "depor, por meio de ato de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído", cuja pena varia entre 4 e 12 anos de prisão.
No mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal até 31 de dezembro. "Todas as pessoas que fizeram isso serão encontradas e punidas. Vão perceber que a democracia garante direito de liberdade e livre expressão, mas exige que as pessoas respeitem as instituições", afirmou Lula.
Edição: Nicolau Soares