O secretário de Segurança Pública de São Paulo, o bolsonarista Guilherme Derrite (PL), afirmou, na manhã desta segunda-feira (9), que deseja o "diálogo" para desmobilizar os acampamentos de manifestantes golpistas no estado.
Pouco antes, a equipe de Tarcísio de Freitas confirmou à imprensa que o chefe do Executivo paulista não estará na reunião de emergência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com governadores, convocada para o final da tarde desta segunda.
A recusa do ex-ministro bolsonarista em comparecer ao encontro proposto por Lula é uma sinalização de desalinhamento com o governo federal diante dos graves ataques à democracia e ao Estado Democrático de Direito.
Lula e os chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário publicaram nesta segunda-feira (9) um documento conjunto condenando os atos golpistas de bolsonaristas. O texto afirma que os Poderes estão "unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras".
Derrite: "Orientação do nosso governador"
A entrevista coletiva de Guilherme Derrite também teve uma série de sinais de que o governo bolsonarista não deve subir o tom contra os golpistas acampados no estado.
"As ações que aconteceram em Brasília não encontram similaridade em São Paulo. Aqui o cenário é de tranquilidade", afirmou o secretário de Segurança Pública, em entrevista coletiva.
O desmonte de todos os acampamento golpistas no país é uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu 24 horas para o cumprimento da ordem.
"A maneira como ela vai ser cumprida é que será o diferencial daqui de São Paulo: não é intenção das forças seguranças, é uma orientação do nosso governador, que seja feito de uma maneira pacífica", disse Derrite. "E eu acredito que assim será."
Segundo ele, são 34 pontos de mobilização de bolsonaristas no estado – todos deverão ser desfeitos até o final da noite. Apesar de a polícia do estado ter reforçado áreas como as sedes dos poderes Executivo e Legislativo, ele não confia em maiores altercações. "Não há similaridade com Brasília, os manifestantes aqui estão tranquilos", ponderou.
Edição: Nicolau Soares
