Vidas salvas

Derrite recua e anuncia que o governo de São Paulo não acabará com câmeras em fardas

Secretário de Segurança Pública havia afirmado que iria "rever o programa Olho Vivo", mas foi enquadrado por Tarcísio

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Defensor da letalidade policial, Derrite sempre se posicionou contra o uso das câmeras - Reprodução/Instagram

O programa "Olho Vivo", que prevê o uso de câmeras em fardas de policiais militares, será mantido em São Paulo. O anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, na manhã desta terça-feira (10).

"Não iremos acabar com o programa 'Olho Vivo' das câmeras. É o meu compromisso e do governador", afirmou Derrite, contrariado, em entrevista à TV Globo. Na última quinta-feira (5), o secretário havia afirmado que pretendia "rever o programa" e foi obrigado a recuar menos de uma semana depois.

No dia seguinte, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) enquadrou o seu secretário publicamente. "Não vamos alterar nada. Para quem está esperando que a gente mexa nesse programa agora, não vamos mexer", afirmou o mandatário.

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Defensor da letalidade policial, Derrite sempre se posicionou contra o uso das câmeras. Durante a campanha para governador, em evidente sinalização ao eleitorado bolsonarista e tentando conquistar o voto e a confiança de 80 mil policiais militares do estado, Freitas havia defendido a extinção do programa "Olho Vivo".

"O que representa a câmera? É uma situação deixar o policial em desvantagem em relação ao bandido", afirmou Freitas, em sabatina da TV Jovem Pan. Semanas depois, em ato de campanha, o então candidato voltou ao assunto. "A câmera inibe o policial, tem atrapalhado a produtividade. Mas isso é uma percepção. Vamos chamar as forças de segurança, avaliar do ponto de vista técnico a efetividade ou não e o aperfeiçoamento da política pública."

Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) afirma que as câmeras nas fardas evitaram 104 mortes no estado de São Paulo, entre junho de 2021 e julho de 2022, um recuou de 57% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Edição: Nicolau Soares