O interventor responsável pela segurança pública no Distrito Federal (DF), Ricardo Cappelli, afirmou nesta quarta-feira (11) que "não há hipótese de se repetirem os atos inaceitáveis que aconteceram no último dia 8". Ele procurou tranquilizar a população e os servidores públicos que atuam em Brasília, diante da possibilidade de novos atos de bolsonaristas na tarde desta quarta.
Cappelli conversou com jornalistas no fim da manhã desta quarta, em entrevista coletiva que contou também com integrantes da cúpula das forças de segurança do DF e de representantes do governo federal, como o Secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar.
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Durante a entrevista, o interventor afirmou ter plena confiança no comando atual da Polícia Militar do DF e nos homens e mulheres das forças de segurança. Segundo Cappelli, todo o efetivo foi mobilizado para atuar na Esplanada dos Ministérios e outros pontos de Brasília nesta quarta. A Força Nacional também foi acionada.
Cappelli foi duro ao criticar a postura do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres e disse que faltou comando no último domingo. Ele lembrou que, exatamente uma semana antes, em 1º de janeiro, não houve qualquer registro de problemas na cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"O que mudou do dia 1º pro dia 8? Anderson Torres assumiu a Secretaria da Segurança Pública no dia 2, mudou o comando e viajou para os Estados Unidos. Viajou inclusive sem estar de férias, já que as férias dele valiam a partir do dia 9. No dia 8 ele ainda era formalmente o secretário", pontuou. "Eu tenho comando, e tenho plena confiança. E isso não é discurso, são os homens que estão comigo desde domingo (8) à noite, e estão atendendo todas as demandas, tomando iniciativa", afirmou.
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Segundo o interventor, nas últimas horas houve "muito buxixo e fake news" na internet sobre as manifestações bolsonaristas convocadas para esta tarde. Para tranquilizar a população, ele confirmou o fechamento da Esplanada dos Ministérios para veículos já a partir das 11h. Haverá uma série de barreiras e bloqueios.
"[Será adotado] o protocolo tradicional das forças de segurança. Não é permitido nenhum material perfurocortante; montagem de estrutura só será permitida com autorização prévia, assim como carros de som, e não há nenhuma solicitação até o momento. Todo material que possa produzir ferimento não é autorizado: canivetes, fogos de artifício, produtos inflamáveis", complementou Cintia Queiroz de Castro, subsecretária de operações da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).
Perguntado se haverá restrições a faixas e cartazes com manifestações golpistas, Cappelli afirmou que "nosso objetivo é manter o ambiente na mais absoluta paz e harmonia. Se [as faixas] não tiverem cabos de madeira ou ferro, por exemplo, não vamos entrar nisso [vetar]. Vamos cuidar da questão de segurança. A segurança será garantida".
E se houver tentativas?
Mesmo com todo o efetivo destacado e a confiança dos comandos, o interventor reconheceu é possível que haja tentativas de novos atos de depredação e ataque ao patrimônio público. Nesses casos, o recado é claro: a lei será cumprida.
"Não será admitido. Nossa democracia é plena. O direito à livre manifestação será sempre respeitado dentro do que prevê a Constituição Federal. Esse direito não se confunde com terrorismo, com atentados às instituições democráticas, não se confunde com ataque ao patrimônio público, ataque à democracia. A essas pessoas o que tenho a dizer é que a lei será cumprida e eles serão tratados no rigor da lei", prometeu.
Edição: Nicolau Soares